segunda-feira, 27 de julho de 2015

Corinthians 1998-1999

ESQUADRões do brasil – CORINTHIANS 1998-1999

27/07/2015
Fonte:Imortais do Futebol
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Grandes feitos: Bicampeão brasileiro (1998 e 1999), Campeão paulista (1999).
Time-base: Dida (Nei); Índio, Gamarra (Adílson), Fábio Luciano e Kléber (Sylvinho); Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho; Edílson e Luizão (Dinei). Técnicos: Vanderlei Luxemburgo (1998) e Oswaldo de Oliveira (1999).

Corinthians de 98-99
O torcedor corintiano sempre aprendeu a torcer por equipes guerreiras, cheias de raça e com mais transpiração do que técnica. Porém, algo estava estranho no Corinthians de 1998, 1999 e primeiro semestre de 2000. Você ligava a TV às quartas-feiras e aos finais de semana e se deparava com uma equipe que tocava bem a bola, tinha ótima visão de jogo, uma defesa eficiente e que sabia sair jogando, e um meio de campo e ataque irresistíveis. Sim, o Corinthians tinha mudado o seu estereotipo e começado a jogar bonito, a encantar seu torcedor e a causar pânico nos adversários. O corintiano ria à toa naquela época com os desfiles de Gamarra, Vampeta, Rincón, Ricardinho, e, sobretudo, Marcelinho, Edílson e Dida. Sofredor? O corintiano não sabia o que era isso naqueles tempos. A frustração ficou apenas na Libertadores. Mas no Brasil (e até no mundo) só deu Timão! Vamos relembrar.

Metas traçadas
Campeão paulista de 1997, o Corinthians iniciou 1998 com a base do ano anterior e uma equipe que era forte na defesa, com Cris e o paraguaio Gamarra. Na lateral, o jovem Sylvinho era o destaque. No meio, um meio de campo aguerrido e marcador, com Vampeta, Souza e Rincón. No ataque, era bola nos pés de Marcelinho, que municiava Mirandinha e o talismã Dinei, além do atrapalhado Didi. A equipe foi bem no estadual e chegou à final diante do São Paulo. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1. Na partida de volta, Raí e França acabaram com o sonho do bi corintiano na vitória tricolor por 3 a 1. Aquela partida serviu de lição para a equipe concertar os erros e começar a preparação para o Campeonato Brasileiro, visto como a principal competição do ano pela equipe, que tinha grandes chances de vencê-la.

Líder e classificado
O Timão terminou a primeira fase do brasileirão daquele ano na primeira colocação, com 46 pontos em 23 jogos. A equipe ficou um ponto à frente do seu grande rival, o Palmeiras. Classificado, o time teria a vantagem de decidir todos os confrontos do confuso sistema de mata-mata do campeonato em casa. Confuso porque a equipe só conseguiria a classificação em dois jogos se vencesse ambos. Uma vitória para cada lado, não importava o placar, levava a decisão para um terceiro jogo. Coisas do futebol brasileiro…
Nas quartas de final, o Corinthians encarou o Grêmio. No primeiro jogo, em Porto Alegre, vitória corintiana por 1 a 0. Quando todos achavam que a equipe passaria fácil, jogando a volta em casa, surpresa: Grêmio 2 a 0. No terceiro jogo, o Corinthians, de novo em casa, venceu com um magro 1 a 0, gol do “capetinha” Edílson. Vaga nas semifinais, contra o rival Santos.
O Santos em 1998 tinha uma equipe razoável, mas que não era nem sombra daquele grande time de 1995. A estrela era o ex-corintiano Viola, artilheiro daquele campeonato, que ajudou o peixe a vencer o jogo de ida por 2 a 1, na Vila Belmiro. Na volta, vitória corintiana por 2 a 0. No terceiro jogo, empate em 1 a 1, que garantiu o Corinthians na final, pelo número de gols marcados. Viola, mesmo marcando o gol santista, foi expulso perto do fim da partida, para alegria da fiel.

Final café com leite
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A decisão foi entre o Corinthians de Marcelinho, Vampeta, Rincón, Ricardinho, Gamarra e Edílson, e o Cruzeiro, vice-campeão da Copa do Brasil daquele ano, com estrelas como Dida, Marcelo Djian, Valdo, Muller e uma temida dupla de ataque formada por Marcelo Ramos e Fábio Júnior. O primeiro jogo terminou empatado em 2 a 2, com uma recuperação incrível do Corinthians, que terminou perdendo o primeiro tempo por 2 a 0, mas empatou na etapa final com Dinei e Marcelinho. No segundo jogo, novo empate, em 1 a 1. Esse jogo ficou marcado pelas inúmeras chances perdidas pelo atrapalhado atacante (?) Didi, do Corinthians. A decisão ficaria para o terceiro jogo.

Brasil alvinegro
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Gamarra ergue a taça: o Timão conquistava o Brasil pela segunda vez.

O segundo jogo ficou marcado pelo ferrolho que Luxemburgo armou contra os mineiros, que não conseguiram furar a defesa corintiana, comandada com maestria por Gamarra, um dos maiores zagueiros da época, estrela da Copa do Mundo de 1998 ao não cometer uma falta sequer. O Timão perdeu inúmeras chances no primeiro tempo, mas no segundo conseguiu encaixar seu jogo e fez 2 a 0, com Edílson e Marcelinho, conquistando, depois de 8 anos, o Campeonato Brasileiro. Festa alvinegra em São Paulo e no Brasil. O Timão estava de volta. Mas agora, poderoso.

A tentativa da América
Como campeão nacional, o Corinthians conseguiu o direito de disputar a Libertadores de 1999. Mas, quis o destino que o Palmeiras estivesse na mesma competição, e no mesmo grupo que o Timão, juntamente com Cerro Porteño e Olímpia, ambos do Paraguai. O primeiro embate foi justamente entre Corinthians e Palmeiras, com vitória alviverde por 1 a 0. Em seguida, o Corinthians lavou a alma e aplicou uma sonora goleada pra cima do Cerro: 8 a 2. Embalado, o Timão venceu o Palmeiras por 2 a 1 e o Olímpia por 2 a 1, na casa do adversário, e por 4 a 0, no Pacaembu. A equipe perderia para o Cerro no Paraguai por 3 a 0, mas terminou na liderança do grupo e garantiu a classificação para as oitavas de final.

Passeio nas oitavas
A equipe enfrentou os bolivianos do Jorge Wilstermann e arrancou um empate no jogo de ida: 1 a 1. Na volta, a equipe passeou e venceu por 5 a 2, garantindo um lugar nas quartas de final. Mas… Nas quartas, era hora de enfrentar o grande rival novamente: o Palmeiras.

Clássicos eletrizantes
Alviverdes e alvinegros fizeram embates de tirar o folego nas quartas de final. O Palmeiras, com uma equipe mais experiente, levava ligeira vantagem, e mostrou isso na partida de ida, vencida por 2 a 0. O Corinthians precisava vencer o jogo de volta por pelo menos dois gols para levar a decisão para a prorrogação. E conseguiu. Porém, as equipes duelariam nas penalidades, onde brilhou a estrela do goleiro palmeirense Marcos, que defendeu a cobrança de Vampeta e contou com o travessão no chute de Dinei. O Palmeiras seria o campeão, e o Corinthians teria que voltar as suas atenções para o território nacional.

Revanche no paulista
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Edílson acerta a perna de Paulo Nunes no polêmico clássico de 1999 pelo Campeonato Paulista: nervos à flor da pele.
Se o Corinthians não teve sorte na Libertadores, no Paulista a história foi diferente. A equipe goleou o rival por 3 a 0 no jogo de ida da final, e, na decisão, empatou em 2 a 2. Com o titulo ganho, o atacante Edílson provocou o Palmeiras ao fazer embaixadinhas na lateral do campo. Foi a deixa para o início de uma batalha campal entre os jogadores, inflamando de vez a torcida do Corinthians, que comemorou o título e viu o rival ficar mais um ano na fila do estadual. Título assegurado, hora de lutar pelo bi brasileiro.

Soberano novamente
Com uma equipe bem melhor que em 1998, a começar pelo ótimo goleiro Dida, pela dupla de ataque afiada, Luizão e Edílson, e o já consagrado meio de campo com Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho, o Corinthians mais uma vez dominou a fase de classificação do brasileiro, e terminou na primeira posição, com 44 pontos em 21 jogos, além de ter o melhor ataque, com 49 gols. Com isso, novamente teria a vantagem de decidir em casa os jogos do mata-mata.

Embate regional
Nas quartas de final, o Corinthians enfrentou o surpreendente Guarani. No primeiro jogo, empate em 0 a 0. No jogo de volta, vitória por 2 a 0 do Corinthians. No terceiro jogo, empate em 1 a 1, que garantiu o Timão nas semifinais.

Confronto histórico
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Mais uma vez o Corinthians encarava um adversário regional, mas que seria um páreo duríssimo: o São Paulo, de Raí, Edmílson e Rogério Ceni. O primeiro jogo foi recheado de emoção. Nenê abriu o placar para o Corinthians. Raí empatou. Ricardinho colocou o Timão novamente em vantagem, mas Edmílson deixou tudo igual no final do primeiro tempo. No segundo, Marcelinho, de pênalti, deu a vitória ao Corinthians. Porém, aquele jogo ficaria marcado por uma das maiores atuações de um goleiro na história. Dida conseguiu a proeza de defender dois pênaltis consecutivos do ídolo maior do São Paulo, Raí. No confronto seguinte, o Corinthians venceu novamente, dessa vez por 2 a 1, e conseguiu ir para a final. Mas a vitória era o de menos. As defesas de Dida ficaram mais marcadas que as vitórias e até mesmo que a classificação. No final do campeonato, o goleiro levaria uma das três notas 10 da Revista Placar na década de 90.

A Decisão rumo ao Bi
A final foi contra o ótimo time do Atlético-MG, de Velloso, Claudio Caçapa, Belletti, Robert, Marques e o goleador nato Guilherme, que quase igualou o recorde de Edmundo como maior artilheiro da história do campeonato à época. Guilherme marcou 28 gols. Edmundo, em 1997, anotou 29. Diante de um adversário que vinha sapecando gols e mais gols nos últimos jogos (foram 14 em apenas cinco jogos) o Corinthians sabia que a atuação de sua defesa seria essencial na busca pelo título, e o ataque não poderia falhar. No primeiro jogo, no Mineirão com mais de 78 mil pessoas, Guilherme só não fez chover na defesa do Timão, e marcou os três gols da vitória do Galo por 3 a 2. Os gols da equipe paulista foram de Vampeta e Luizão. O jogo serviu como alerta para que a equipe encontrasse um meio de parar o atacante do time mineiro no jogo (ou jogos) seguinte. Dito e feito. No segundo jogo, no Morumbi, outro matador mostrou suas garras: Luizão. Ele marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 e levou a decisão para a terceira partida. O ponto negativo ficou por conta do cartão vermelho do atacante, que desfalcou a equipe justo no jogo final.

Duas vezes Timão
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A finalíssima, disputada três dias antes do natal, foi debaixo de chuva e num gramado castigado. Em um terreno tão perigoso, o Corinthians preferiu não se arriscar, e levou o jogo na manha, mantendo o 0 a 0 e conquistando o bicampeonato nacional seguido, algo que não acontecia desde 94, quando o eterno rival Palmeiras venceu o brasileirão em 93/94. Era a consagração de Dida, Índio, Kléber, Vampeta, Rincón, Ricardinho, Marcelinho, Edílson e Luizão, e a revelação do calmo Oswaldo de Oliveira como um bom técnico. Mas não haveria muito tempo para comemorar. O Timão teria um compromisso muito especial a partir do dia 5 de janeiro de 2000: o primeiro Mundial de Clubes da FIFA.

Fim de uma era
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Após o título, o Corinthians começou a cair de produção e viver seus últimos momentos de brilhantismo, que culminou com a eliminação traumática nas semifinais da Libertadores, de novo para o rival Palmeiras, de novo nos pênaltis, após Marcelinho perder a cobrança decisiva por “culpa” de Marcos, que defendeu. A fiel vibraria com a derrota alviverde na final, para o Boca Juniors, mas a derrota para o maior rival culminaria com brigas, principalmente da torcida, o que provocou a saída de Edílson e outros. No brasileiro, o time ficaria na penúltima posição, com apenas quatro vitórias em 24 jogos. Era o fim de uma equipe que dominou o Brasil por dois anos, e ensinou a fiel uma nova maneira de torcer. Aquele esquadrão deixou muitas saudades… Salve o Corinthians!

Os personagens:
Dida: os corintianos não sabem até hoje qual foi o melhor goleiro da história do clube, se Gilmar ou se Dida. O gigante goleiro pegou tudo e mais um pouco nos dois anos em que jogou na equipe, e virou ídolo em definitivo após pegar dois pênaltis de Raí na semifinal do Brasileiro de 1999. Suas atuações o levaram para o Milan, onde brilhou muito e conquistou diversos títulos. Pela seleção, enfrentou a concorrência de Marcos, e foi reserva na Copa de 2002.
Índio: lateral direito, compensava a pouca técnica com um fôlego privilegiado. Ganhou quase tudo com o Timão de 98 a 2000, e até marcou seus gols.
Gamarra: um dos maiores zagueiros do mundo em 1998 e da história do Corinthians. Era exímio no desarme, fantástico na antecipação e primava pelo jogo limpo. Raramente fazia faltas, e virou lenda ao jogar a Copa de 98 pela seleção do Paraguai e não cometer nenhuma falta. A fiel lamenta que ele tenha ficado pouco tempo. Mas foi o bastante para garantir o brasileirão de 98. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Adílson: ídolo no Grêmio, onde foi capitão na conquista da Libertadores de 1995, Adílson não tinha o mesmo vigor dos tempos no sul, mas ajudou com sua experiência o Corinthians a conquistar o Mundial.
Kléber: formado no “terrão” do Timão, voou na lateral esquerda da equipe de 1998 até 2003. Títular absoluto, ganhou muitos títulos e virou ídolo. Na seleção, disputou 14 partidas e esteve presente nos grupos que venceram a Copa das Confederações de 2009, a Copa América de 2007 e o Superclássico das Américas de 2011.
Sylvinho: outro ótimo lateral esquerdo formado no Timão, foi fundamental na conquista do Brasileiro de 98, além de outros títulos, com destaque para a Copa do Brasil de 1995. Jogou 167 partidas pelo Timão. Em 99, foi para a Europa, onde brilhou no Arsenal e Barcelona. Jogou seis partidas pela seleção.
Rincón: impunha medo nos adversários pela presença física, mas também pela extrema qualidade. Fruto da geração de ouro do futebol colombiano que revelou ele, Valderrama, Asprilla e Córdoba, Rincón foi um dos maiores volantes da história do Timão. Seguro, eficiente e com muita elegância, disputou 158 partidas pelo alvinegro. Mesmo com as brigas com as estrelas do time como Marcelinho e Edílson, ambos funcionavam em campo. Teve a honra de levantar a taça do mundial do Timão.
Vampeta: a mistura de “vampiro” com “capeta” poderia ser também de eficiência e raça. Marcos André Santos foi um monstro, ao lado de Rincón, no meio de campo daquela equipe. Além das qualidades em campo, era polêmico, e adorava tirar sarro dos rivais, principalmente do São Paulo, cujo apelido bambi foi de sua autoria e é utilizado até hoje pelos corintianos. É um dos maiores ídolos da fiel. Na seleção, esteve no grupo que trouxe o penta do Japão. A cambalhota no palácio do planalto na volta da equipe, em frente ao presidente da república, com a camisa do Corinthians, é uma de suas mais hilárias obras.
Ricardinho: foi o maestro do esquadrão do Corinthians e exemplo de técnica e ótima visão de jogo. Colecionou títulos na equipe e virou um dos mais queridos dos torcedores. Marcou 67 gols em 289 jogos. Outro pentacampeão com a seleção, em 2002.
Marcelinho: xodó da fiel, o pé de anjo era a referência no meio campo e ataque daquele esquadrão. Marcou diversos gols, muitos decisivos, e era mortal na bola parada. Teve a imagem arranhada depois de perder o pênalti derradeiro nas semifinais da Libertadores de 2000. Mesmo assim, está para sempre no coração dos torcedores, tamanha sua identificação com o time. Pela seleção, disputou apenas 3 partidas, marcando 2 gols.
Edílson: o capetinha, que já havia brilhado no rival Palmeiras, foi peça chave no ataque do Timão nas grandes conquistas. Endiabrado, aplicava dribles e mais dribles nos adversários, e sempre ia em busca do gol. Suas jogadas e provocações, principalmente contra Real Madrid e Palmeiras, respectivamente, estão para sempre na memória dos corintianos. Saiu brigado da equipe em 2000, depois da eliminação para o Palmeiras na Libertadores. Outro pentacampeão pelo Brasil.
Luizão: matador, marcou 52 gols em 77 partidas pelo Timão, a maioria em decisões. Era a referência na grande área, e brindava a fiel torcida com muitos gols. Também pentacampeão pelo Brasil em 2002.
Dinei: é o único tricampeão brasileiro pelo Timão. Eterno talismã, era o 12º jogador da equipe, e marcava gols decisivos, além de assistências, sempre que entrava. Jogou na equipe de 90 a 92, e de 98 a 2001.
Vanderlei Luxemburgo (Técnico): conseguiu domar os egos do time em 98 e conquistar mais um brasileiro para o seu currículo. Fez a equipe ter disciplina tática e grande poder de reação. Deixou o time após o brasileiro para assumir a seleção brasileira.
Oswaldo de Oliveira (Técnico): auxiliar de Luxemburgo, assumiu a equipe em 1999 e mostrou serviço. Calmo, dificilmente se irritava. Sua calma fez bem ao time, que voou naquele ano e conquistou o Brasileiro. Deixou o Timão em 2000 para brilhar no Vasco que seria campeão brasileiro e da Mercosul.

Fluminense 1975-1976

ESQUADRões do brasil – FLUMINENSE 1975-1976

27/07/2015
Fonte:Imortais do Futebol
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Grandes feitos: Bicampeão Carioca em 1975 e 1976, Campeão do Torneio de Paris em 1976, Campeão da Copa Viña Del Mar em 1976 e Encantador de Plateias Europeias em 1976.
Time base: Renato (Félix); Carlos Alberto Pintinho (Marco Antonio), Carlos Alberto Torres, Edinho e Rubens Galaxe; Rodrigues Neto, Cléber (Paulo César), Dirceu e Rivellino; Gil e Doval. Técnicos: Paulo Emílio (1975) e Mário Travaglini (1976).
“A Máquina de jogar futebol”
No início da década de 70, o Fluminense demonstrava que aquela seria a sua década. O título nacional conquistado exatamente em 1970 foi uma prévia do que viria pela frente. Naquele ano, o time ganharia pela primeira vez o apelido de “máquina”, por jogar de maneira extremamente eficiente, técnica, dinâmica, e, acima de tudo, com um pleno futebol arte. Mas foi em 1975 que aquele time virou mesmo uma máquina, a Máquina Tricolor. Para “pilotar” aquele esquadrão com só mesmo um craque que brilhara na seleção brasileira de 70 e que acabara de sair pelas portas dos fundos de seu ex-clube (Corinthians): Rivellino. E ele não decepcionou. O grande Riva viveu sua melhor fase na carreira e conduziu o Flu em apresentações memoráveis e a dois títulos incontestáveis nos cariocas de 75 e 76. O time fez tanto sucesso que passou a excursionar pela Europa e a encantar outras plateias de amantes do futebol arte. O deslumbre pode ser o motivo dessa equipe não ter vencido o campeonato brasileiro à época. Ou seria culpa do Inter de Falcão? Ou da invasão corintiana ao Maracanã? Não importa. O que ficou pra história foram os desfiles de um time mágico e imponente, que fez até o maior esquadrão da terra na época, o Bayern München de Beckenbauer, Maier e Müller, sucumbir. Façanha de gigante? Que nada, coisa de Máquina Tricolor mesmo. Vamos a ela!
O primeiro grande ano
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Já com uma equipe muito bem estruturada, o Fluminense começou a temporada de 1975 revelando a sua grande contratação: o meia Rivellino, vindo do Corinthians. O craque foi comprado por 400 mil dólares, um valor muito alto para a época. Riva via no time carioca a chance de realizar o seu grande sonho: ser campeão por um clube, já que no período em que esteve no time paulista, não conquistou nada, e ainda saiu brigado com a torcida. E sua ida ao tricolor não poderia ser melhor. Logo no primeiro jogo, justamente em um amistoso contra o Corinthians, Riva deu show: 4 a 1 Flu, com 3 gols dele. Era o presságio do que viria pela frente. Ele teve a companhia de uma equipe talentosa e incrível, com Félix, Marco Antonio e Paulo César Caju, companheiros de Riva na seleção, além de Manfrini, Gil e Assis. Era o que ele precisava para começar a brilhar, poder ter mais liberade para atacar e começar a fazer muitos gols. Dois meses depois da vitória sobre o Corinthians, veio o primeiro título: a taça Guanabara. Tempo depois, o Flu venceria por antecipação o título estadual, no quadrangular final, mesmo com derrota para o Botafogo. Era hora de comemorar. Que tal organizando um amistoso contra o maior esquadrão do mundo à época? Boa ideia…
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A vitória épica sobre o Bayern
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Com muitos contatos no mundo da bola, o ponta do tricolor Paulo César Caju organizou junto ao seu clube um amistoso contra o maior esquadrão da época no futebol, o Bayern München, então bicampeão europeu (venceria o tri consecutivo em 1976 e também o Mundial de Clubes, contra o brasileiro Cruzeiro) base da seleção alemã campeã mundial no ano de 1974, com nomes como Beckenbauer, Sepp Maier, Gerd Müller, Schwarzenbeck, Kapellmann e Rummenigge. Um time incrível. Porém, do outro lado, havia uma outra equipe igualmente incrível, com Félix, Toninho, Marco Antônio, Cafuringa, Paulo César, Rivellino e Mário Sérgio. O Flu mostrou sua força no Maracanã e teve um volume de jogo que assustou os alemães. O time atacou durante os 90 minutos, mas esbarrava na forte zaga adversária. Porém, foi um alemão que deu uma forcinha para o time brasileiro: o artilheiro da Copa de 1974, Gerd Müller, marcou sem querer, contra, o único gol do jogo. Vitória do Flu, por um placar que não refletiu o que foi aquele jogo. Poderia, muito bem, ser uns 2, 3, 4 a 0 para o time de Riva e companhia. O triunfo diante do Bayern mostrou o quanto era forte a Máquina Tricolor. Outro fato relevante é que a equipe alemã raramente saía do continente europeu, tanto que não disputou a final do mundial de clubes em 74 (nem sequer houve o torneio, por conta disso) e 75 (o vice europeu, Atlético de Madrid, foi quem disputou a final, e venceu). Quanta moral do tricolor!
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O único momento ruim do time no ano seria no Campeonato Brasileiro, aonde o clube chegou até as semifinais, mas o Internacional de Falcão “sabotou” a máquina tricolor, que amargou a eliminação.
Novo ano, nova Máquina
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Depois de brilhar em 1975, o Fluminense perdeu peças importantes, mas teve a proeza de se manter ótimo e ainda melhor em 1976, graças ao seu presidente Francisco Horta, que investia demais no seu time de coração. Promovendo troca-trocas com os clubes rivais, saíram Félix, Toninho e Marco Antonio, mas vieram outros ainda melhores, como Renato, Rodrigues Neto, Doval e Dirceu. A cereja do bolo seria a vinda de ninguém menos que Carlos Alberto Torres, melhor lateral-direito da história do futebol e que naquele ano desfilou sua técnica na zaga do tricolor, onde, óbvio, deu show. Pronto. O Fluminense montava uma equipe melhor que a de 1975 e que tinha a proeza de reunir jogadores que jogavam ou que já haviam passado pela Seleção Brasileira, com exceção, claro, do argentino Doval. Time formado, hora de desfilar pelo Brasil (e também pelo mundo).
O mundo conhece o tricolor
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Em 1976, o foco principal daquele time eram os amistosos disputados na Europa. O Flu fazia questão de exibir seu futebol arte e de toque refinado para europeu ver. A equipe excursionou pelo continente e trouxe na bagagem o Torneio de Paris, disputado na cidade francesa que contou, além do Fluminense, com Paris Saint-Germain, Seleção Europeia e a Seleção Olímpica Brasileira. O time tricolor estreou contra o PSG, e venceu por 2 a 0, com dois gols de Rivellino. O jogo seguinte seria contra a temida Seleção Europeia, que reunia jogadores famosos escolhidos pela crítica parisiense. O time europeu tinha como estrelas Petrovic, Suurbier, Van Hannegen, Georgescu, Six e Rensenbrink. Mas o Flu não se intimidou e venceu de virada por 3 a 1, com gols de Paulo César, Doval e Carlos Alberto Torres. A vitória assegurava o título à equipe brasileira, e imensos elogios da imprensa francesa e europeia, que chamou Rivellino de “le meilleur du monde” (o melhor do mundo). Era o Flu esbanjando classe e elevando a fama internacional de nosso futebol arte.
O time conquistou, também, a primeira Copa Viña Del Mar, no Chile, após vitória por 1 a 0 contra a Unión Española e empate sem gols contra o Everton, ambos do Chile. Depois de excursões e de encantar europeus e latinos, era hora de voltar a solo nacional.
Bi-carioca
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O Fluminense destruiu, literalmente, os seus adversários no campeonato estadual do Rio de 1976. O time disputou 32 jogos, venceu 23, empatou 7 e perdeu apenas 2, marcando 74 gols e sofrendo 26, reflexo do esquema altamente ofensivo formado pelo técnico Mário Travaglini, que deixava as principais estrelas livres para entupir os adversários de gols. Tanto é que o artilheiro e o vice daquele campeonato foram tricolores: Doval, com 20 gols, e Gil, com 19. O Flu aplicou 8 goleadas tendo feito 4 gols ou mais no bicampeonato carioca, com destaque para o 9 a 0 sobre o Goytacaz e o 5 a 1 sobre o Botafogo, que garantiria o Flu nas finais. A decisão, contra o Vasco, foi disputada, mas o matador Doval deixou o seu e garantiu o bi ao tricolor, com o placar de 1 a 0. O Flu era o Rei do Rio. Faltava ser rei nacional.
O drama no brasileiro
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Favoritíssimo ao título brasileiro, ao lado do Internacional, o Fluminense chegou novamente às semifinais do torneio naquele ano. O adversário seria o Corinthians, que atuava mais na base da raça e do coração do que pela técnica. Seria o reencontro de Rivellino com seu ex-clube. Porém, diferente do ano anterior, quando Riva brilhou naquele amistoso em que fez 3 gols, o Flu não se encontrou na partida decisiva, no Maracanã. Aquele jogo ficou marcado para história pela Invasão Corintiana, quando mais de 70 mil torcedores corintianos se deslocaram de São Paulo ao Rio de Janeiro para ver a semifinal, um dos maiores feitos da história do futebol mundial. Esse feito foi praticamente “orquestrado” pelo próprio presidente do Flu, Francisco Horta, que provocou os corintianos ao mandar 10 mil ingressos e dizer que a torcida não viria ao Rio, tamanha a confiança que ele tinha que seu time venceria. Depois, ele disse que nem se enviasse a metade dos ingressos os torcedores rivais viriam. E o feitiço virou contra o feiticeiro. Ele disponibilizou 70 mil ingressos, e a torcida corintiana foi ao Maracanã, que ficou dividido entre o tricolor e o preto e branco. A chuva, a raça e a torcida corintiana levaram a equipe a arrancar um empate heróico em 1 a 1. Nos pênaltis, o Flu deu uma aula… De como não se bater penalidades (!), e perdeu por 4 a 1 para o Corinthians. Seria o início do fim de um time que merecia sorte maior no brasileirão. Naquele ano, o campeão foi novamente o Internacional…
Adeus à Máquina
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Em 1977 o Fluminense conquistaria mais um título internacional, o troféu Tereza Herrera, ao vencer o Feyenoord (HOL) por 2 a 0 e golear o Dukla Praga da Tchecoslováquia (então base da seleção campeã da Eurocopa de 1976) por 4 a 1. Mas foi só. Muitos jogadores da Máquina do ano anterior saíram, e deixaram apenas Rivellino, Doval, Edinho e Rubens Galaxe para tentar comandá-la. Mas, assim, a Máquina não engrenava. E não engrenou. O fim mesmo se deu em 1978, quando Riva deixou o clube para jogar nas arábias. Era o capítulo final de um esquadrão que lotava o Maracanã e encantava não só a torcida tricolor, mas também seus rivais. Aquele Fluminense é, até hoje, o melhor que o clube teve em seus 110 anos de história. Outros times foram mais vencedores? Sim. Mas nenhum teve o brilho, o talento e a arte que a Máquina Tricolor de 1975 e 1976 teve. O futebol sente muita saudade…
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Os personagens:
Renato: experiente, assumiu o lugar do goleiro do Tri mundial da seleção de 70, Félix, em 76. Ficou três anos no tricolor e fechava o gol para que a Máquina pudesse trabalhar com segurança.
Félix: teve papel decisivo no Carioca de 1975, com defesas espetaculares e muita segurança. Eterno ídolo tricolor e do Brasil (foi o goleiro do trimundial, em 1970, no México), deixou o clube em 1976.
Carlos Alberto Pintinho: jogou no Flu de 1972 até 1979, onde ganhou 3 cariocas e diversos torneios amistosos. Era extremamente técnico e ajudava a zaga a bloquear as investidas dos adversários. Era um dos grandes nomes do time.
Carlos Alberto Torres: o maior lateral-direito da história do futebol, revelado pelo próprio Flu em 1963, voltou ao clube no melhor momento do time para desfilar na zaga. Foi, como sempre, fundamental e perfeito. Em algumas partidas, jogava também como volante. Tinha imenso respeito dos colegas e era idolatrado pela torcida.
Edinho: foi um dos melhores zagueiros brasileiros na década de 80, e no Flu começava a esbanjar técnica e eficiência ainda garoto. Gostava de ir ao ataque e às vezes marcava gols. Colecionou títulos na equipe nos mais de 10 anos em que jogou no clube.
Rubens Galaxe: é um dos recordistas de jogos pelo tricolor, com mais de 460 partidas disputadas. Subia bem ao ataque, mas era perfeito, mesmo, na marcação.
Rodrigues Neto: esse baixinho invocado tinha um fôlego invejável. Rodrigues Neto cobria as pontas da equipe, que ficavam escancaradas nas subidas de Paulo César e Dirceu. Suas atuações o levaram à seleção que disputou a Copa de 78.
Cléber: era o legítimo operário do time. Jogou toda a sua carreira no Flu, de 1973 até 1980. Venceu 11 títulos com o tricolor.
Marco Antônio: um dos grandes do futebol brasileiro, fez parte do grupo tricampeão mundial da seleção brasileira, em 1970. Venceu a Bola de Prata da Revista Placar em 75 e 76 e atuou de 1969 até 1976 no tricolor. Foi fundamental no carioca de 75.
Paulo César Caju: era um dos grandes craques do time, com extrema habilidade, malandragem e carisma. Ficou 3 anos no Fluminense, o suficiente para entrar para a história.
Dirceu: se movimentava demais, atacava bem, chutava bem, ajudava o meio de campo… Era o jogador moderno do time, fundamental para a Máquina tinir e acabar com os adversários.
Rivellino: viveu os anos mais maravilhosos de sua carreira pilotando a Máquina Tricolor. Era a referência máxima daquele time, sempre a bola passava por seus pés, e sempre ele construía uma jogada de efeito, sublime, que provavelmente terminaria dentro do gol. Foi o símbolo maior da geração do mais puro futebol arte do tricolor das laranjeiras. É um dos maiores ídolos da história do Fluminense.
Gil: ficou conhecido como “Búfalo Gil”, tamanha sua força e explosão em campo. Sempre se dava bem nas jogadas corpo a corpo e corria como um velocista em busca das bolas lançadas por Rivellino, o que quase sempre resultava em gol. Fez uma dupla mortal ao lado de Doval.
Doval: o argentino já tinha fama de goleador no Flamengo, e no Flu não foi diferente. Marcou uma enxurrada de gols, muitos deles decisivos, e logo entrou para a história do clube. Em 2001, dez anos após sua morte, ficou em terceiro lugar em uma pesquisa da Placar que elegeu os melhores estrangeiros da história do Campeonato Brasileiro, atrás apenas de Figueroa e Pedro Rocha. Foi uma lenda da bola.
Paulo Emílio e Mário Travaglini (Técnicos): poucos se lembram dos técnicos que assumiram o Flu em 75 e 76, tamanha a qualidade e autonomia daquele esquadrão. Mas eles existiram, sim! Paulo Emílio era o treinador da primeira Máquina, em 1975. No ano seguinte, foi a vez de Mário Travaglini levar a versatilidade dos esquemas táticos europeus para o Fluminense e melhorar ainda mais o que já era ótimo.

Palmeiras 1993-1994

ESQUADRões do brasil– PALMEIRAS 1993-1994

27/07/2015
Fonte:Imortais do Futebol
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Grandes feitos: Bicampeão brasileiro em 1993 e 1994, bicampeão paulista em 1993 e 1994 e campeão do Torneio Rio-SP em 1993.
Time base: Sérgio (Velloso); Mazinho, Antonio Carlos, Cléber (Tonhão) e Roberto Carlos; César Sampaio, Daniel Frasson (Flávio Conceição), Edílson (Rivaldo) e Zinho; Edmundo e Evair. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
“Jejum? Não conheço…”
Foram 16 anos de angústia. Nesse tempo, muitas derrotas amargas, poucos jogadores para admirar e muita gozação dos rivais. Para piorar, o Corinthians ganhava seu primeiro brasileiro e o São Paulo colecionava títulos internacionais. É, o início da década de 90 estava sendo terrível para o torcedor do Palmeiras. Como e quando o time poderia voltar a ser protagonista e ganhar um título? Oras, com dinheiro! Muito dinheiro. Foi graças a uma dourada parceria com a Parmalat que o Verdão começou a virar o jogo. Jogadores talentosos eram anunciados a baciada, toda semana. Logo, o time estava formado. Time? Ou seria seleção? O Palmeiras em 1993 e 1994 não ganhou um, mas cinco títulos, três em cima do maior rival. De quebra, com futebol bonito, pra frente, envolvente. Não havia ninguém páreo para o Palmeiras de Edmundo, Evair, Zinho, Cléber e Edílson. Eles eram endiabrados demais. Dentro e fora de campo. Mas o torcedor não ligava para as brigas entre eles. Canecos eram mais importantes, goleadas ainda mais. E ver o rival ser massacrado constantemente era indescritível. Muitos consideram aquele Palmeiras como o melhor que o time já teve. Será que foi mesmo? Só relembrando para ter certeza.

Construindo um esquadrão
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Para colocar um ponto final no angustiante jejum que vivia o clube, a diretoria do Palmeiras conseguiu firmar uma promissora parceria com a Parmalat em 1992. O acordo traria uma fortuna ao clube, disponível para a contratação de grandes jogadores. E foi o que aconteceu. No começo do ano, o clube anunciava Antônio Carlos, Roberto Carlos, Edmundo e Edílson. Pouco tempo depois, outros chegariam, e se somavam a Evair, Mazinho, César Sampaio e Zinho. Pronto. O time estava no jeito. Era hora de correr atrás do primeiro título.

Paulista vira obsessão
O primeiro torneio do ano seria o estadual, um prato cheio para treinar a grande equipe do Verdão. Na primeira fase, o Palmeiras ficou em primeiro lugar, com 19 vitórias, 6 empates e 5 derrotas em 30 jogos. Na segunda fase, dois grupos com quatro equipes definiriam os primeiros colocados como finalistas.  O Palmeiras venceu os seis jogos de seu grupo e foi para a final. O adversário não poderia ser mais estimulador: o Corinthians, do goleiro Ronaldo e do matador Viola.
A decisão
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Mais uma vez o paulista tinha um regulamento esdrúxulo. Se houvesse uma vitória para cada equipe nos dois jogos da final, a decisão iria para a prorrogação, e o time com melhor campanha no campeonato poderia jogar pelo empate na… Prorrogação! Bizarro? Muito! Mas, era o regulamento. No primeiro jogo, Viola fez o único gol do Corinthians na vitória por 1 a 0. Na comemoração, ele imitou um porco, para provocar os rivais. O atacante se arrependeria muito pelo feito no jogo seguinte…
O Palmeiras que enterrou o jejum em 1993: força nas laterais, eficiência no meio de campo e letalidade brutal no ataque.
O Palmeiras que enterrou o jejum em 1993: força nas laterais, eficiência no meio de campo e letalidade brutal no ataque.

Goleada no jejum!
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A partida de volta foi toda do Palmeiras. O time entrou em campo com a faca entre os dentes e pronto para estraçalhar o rival. E foi o que ele fez. Zinho abriu o placar para o Verdão. No segundo tempo, Evair e Edílson ampliaram. Em uma decisão normal, o Palmeiras já seria o campeão pelo saldo de gols. Maaaaas, o jogo foi para a prorrogação. O time poderia não fazer gols que mesmo assim seria campeão. Mas Evair marcou mais um, e enterrou o jejum do Palmeiras: 4×0. O torcedor podia, depois de 16 anos, soltar o grito de campeão. Mas não tão alto, senão não conseguiria gritar nos próximos títulos que viriam ainda em 1993.
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Outro título. De novo sobre o Corinthians.
Pouco tempo depois da conquista do estadual, o Palmeiras venceu o Torneio Rio-SP, batendo novamente o Corinthians na final. O Verdão venceu o primeiro jogo por 2 a 0, e segurou um empate sem gols na partida de volta para ficar com a taça. Faltava mais alguma coisa? Sim, o Campeonato Brasileiro.

Campeão do Brasil, 20 anos depois
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No campeonato brasileiro, o Palmeiras fez uma campanha quase perfeita. Em 22 jogos ao longo do torneio, venceu 16, empatou 4, e perdeu apenas duas partidas. Além disso, teve o melhor ataque, com 40 gols marcados. O time enfrentou na final o surpreendente Vitória, com jovens promessas como Dida e Alex Alves, além de Paulo Isidoro, Gil Sergipano e João Marcelo. Mas o Verdão não teve dificuldades. No primeiro jogo, na Fonte Nova lotada, a equipe se impôs e venceu por 1 a 0, gol de Edílson. Na volta, no Morumbi igualmente cheio, mais de 88 mil pessoas vibraram com a vitória por 2 a 0 do Palmeiras, gols de Evair e Edmundo, ambos no primeiro tempo, o que garantiu o brasileirão ao Verdão depois de 20 anos. Era o terceiro título no ano. Para quem tinha ficado longos 16 na fila, não era nada mal… Mas o time queria mais.
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Ano novo. Ano de bis
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Se na Libertadores o Palmeiras não teve sorte (foi eliminado nas oitavas de final pelo rival São Paulo), no Paulista e no Brasileiro o time brilhou. No estadual, disputado em turno e returno por pontos corridos, o time de Luxemburgo sobrou. Em 30 jogos, foram 20 vitórias, 7 empates e apenas 3 derrotas. Evair, ainda mais matador, foi o artilheiro da competição com 23 gols. Novo caneco na galeria, hora de brigar pelo bi nacional.

Soberania
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Sem Edílson, mas com Rivaldo tinindo, o Palmeiras avançou fácil até as quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1994. O time venceu duas vezes o Bahia por 2 a 1, e encarou nas semifinais o Guarani. O Verdão venceu novamente os dois jogos, por 3 a 1 e 2 a 1, indo para a final. O adversário? Novamente o Corinthians.
O Palmeiras de 1994: as laterais ficaram enfraquecidas, mas as entradas de Flávio Conceição e Rivaldo nem deixaram o torcedor alviverde notar...
O Palmeiras de 1994: as laterais ficaram enfraquecidas, mas as entradas de Flávio Conceição e Rivaldo nem deixaram o torcedor alviverde notar…

Um é bom, dois é ótimo, três é espetacular!
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O Palmeiras completou a trinca de vitórias pra cima do Corinthians em decisões na final do Brasileiro de 1994. Depois de vencer o paulista e o Torneio Rio-SP de 1993, o torneio nacional foi a cereja no bolo alviverde. No primeiro jogo, vitória por 3 a 1, com gols de Rivaldo (2) e Evair. No jogo seguinte, empate em 1 a 1, com mais um gol palmeirense marcado por Rivaldo, e a consagração de um time devastador. O Palmeiras repetia o feito da academia da década de 70 e conquistava o bicampeonato brasileiro 1993/1994. O palmeirense nunca fora tão feliz. Afinal, vencer cinco títulos em dois anos, ver um jejum de 16 anos ir por terra e derrotar em três finais o maior rival, não teve preço. Teve alegria, eficiência e muito futebol. Ser palmeirense naqueles dois anos era a coisa mais fácil e divertida do mundo.
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Debandada encerra o show
Após a final do brasileiro, o Palmeiras começou o desmanche. Mazinho foi para a Espanha. Edmundo foi seduzido pelo Rio e foi jogar no Flamengo. Evair foi outro que partiu, para o Japão. Roberto Carlos foi brilhar na Europa, na Internazionale, e, posteriormente, no Real Madrid. O time viveria vacas magras até brilhar novamente em 1996, 1998 e 1999. Mas o efeito devastador que a geração de 93/94 teve não seria igualado. O Verdão que acabou com o jejum foi mesmo imortal.
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Os personagens:
Sérgio: foi o paredão da equipe nas decisões de 1993. Seguro, soube lidar com a pressão e garantir a retaguarda palmeirense.
Velloso: um dos grandes goleiros da história do clube, Velloso brilhou de 1994 até 1999 no alviverde. Foi peça fundamental em muitas conquistas no período.
Mazinho: dono de uma habilidade extrema, Mazinho podia jogar tanto na lateral direita quanto no meio de campo daquele time. Suas atuações o levaram à Copa de 1994, onde virou titular e ajudou o Brasil a conquistar o tetracampeonato mundial.
Antonio Carlos: depois de brilhar no São Paulo, “Zago” foi o pilar da zaga alviverde nos bicampeonatos paulista e brasileiro.
Cléber: chegou ao clube depois da conquista do paulista de 1993, mas teve tempo de levantar o brasileirão. Impunha respeito por sua presença física e muita raça. Virou o xerifão da zaga e colocou Tonhão no banco.
Tonhão: ficou conhecido como “caneleiro”, por quase sempre ir ao corpo dos atacantes ao Ives de ir à bola, mas conquistou rapidamente a torcida com sua raça e força de vontade. Era titular absoluto até a chegada de Cléber. Muito querido até hoje no Palmeiras.
Roberto Carlos: revelado pelo União São João, Roberto Carlos encantou o Brasil nas temporadas de 93/94 na lateral esquerda do Palmeiras.  No Verdão, já mostrava os indícios que o levariam a ser o melhor do planeta na posição anos mais tarde. Jogou tanto que logo partiu para a Europa, onde viraria estrela mundial.
César Sampaio: foi um dos líderes do time e logo seria capitão. Tinha espírito de liderança e comandava o meio campo. Tinha muita técnica e marcava gols em suas subidas ao ataque. Ele que levantou a única Libertadores do Verdão, em 1999.
Daniel Frasson: era o carregador de piano do time. Discreto, cumpriu seu papel em 1993. Não comprometeu.
Flávio Conceição: comandou o meio palmeirense e foi peça fundamental nos títulos de 1994. Jogou 103 partidas pelo clube, e logo despertou interesse do La Coruña, para onde foi em 1996.
Edílson: o capetinha arrebentou no Verdão em 1993. Foi decisivo e marcou gols sempre quando o time mais precisava dele. Saiu antes de o time ser bicampeão brasileiro em 1994, para jogar no Benfica, de Portugal.
Rivaldo: no Palmeiras foi onde Rivaldo começou a dar mostras do magnífico meia-atacante que seria anos mais tarde, até chegar a melhor do mundo em 1999. Eficiente, técnico, driblador e dono de passes precisos, ele dominou o time em 1994, e foi o maestro na decisão do brasileiro contra o Corinthians. Marcou 21 gols em 44 jogos pelo clube. Um dos maiores craques que já vestiu a camisa alviverde na história.
Zinho: craque consagrado, desfilou no Palmeiras, onde colecionou ainda mais títulos para a sua vasta coleção. Outro que fez parte do Brasil tetracampeão mundial na Copa de 1994.
Edmundo: no Palmeiras foi onde ganhou o apelido de “Animal”, tamanha sua eficiência e gana em direção ao gol. Marcou 74 gols em 180 partidas pelo Palmeiras, muitos deles decisivos. É ídolo até hoje da torcida.
Evair: outro xodó do clube e matador, Evair marcou gols em profusão no alviverde. Em sua primeira passagem, de 1991 a 1994, fez 117 tentos em 221 jogos. Voltou ao clube em 1999, justamente para ser campeão da Libertadores.
Vanderlei Luxemburgo (Técnico): soube domar os egos do time e controlar as ríspidas brigas que sempre acometiam um elenco cheio de estrelas. Mostrou a sua estrela ao vencer quase tudo o que disputou.

Corinthians 1982-1984

ESQUADRões do brasil– CORINTHIANS 1982-1984

27/07/2015
Fonte:Imortais do Futebol
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Grandes feitos: Bicampeão paulista em 1982 e 1983 e símbolo máximo de uma geração que criou um novo jeito de participar de um clube, não só com a bola nos pés, mas praticando política.
Time base: Leão (Solito); Alfinete, Mauro, Juninho (Daniel González) e Wladimir; Biro-Biro, Paulinho (Eduardo), Sócrates e Zenon; Ataliba e Casagrande. Técnico: Mário Travaglini.
“Ser campeão é detalhe…”
Um dos maiores times que o Corinthians já teve, curiosamente, não é tão lembrado pela sutileza com a bola nos pés ou pelos passes precisos de seu meio de campo, sobretudo de certo Doutor. Esse time é lembrado por ser único, por emancipar o nome do clube no Brasil e por representar fielmente o momento político que o país vivia na década de 80. Esse time foi o Democrático Corinthians Paulista, um time representado no movimento “Democracia Corintiana”, que marcou a inédita participação dos jogadores no dia a dia dos assuntos administrativos e burocráticos do clube, bem como na gestão do mesmo. Jogadores apitavam tanto quanto um engravatado e davam suas opiniões da maneira que lhes fosse conveniente. Mas esse esquadrão não vivia apenas de política, claro. Vivia de futebol. E venceu dois campeonatos paulistas consecutivos, ambos contra o grande rival na época, o São Paulo. De quebra, evitou o tricampeonato do tricolor em 1982, algo que o clube do Morumbi nunca conseguiu no estado. Era demais para a fiel torcida? Era. Era mágico, assim como Sócrates, Zenon, Biro-Biro e Casagrande também eram. Vamos relembrar.

Renascimento
O ano de 1981 foi terrível para o Corinthians. O clube amargou uma 26ª colocação no campeonato brasileiro e o oitavo lugar no paulista, que culminaram com o “rebaixamento” do clube à Taça de Prata de 1982 no campeonato nacional. A disputa, porém, previa a ascensão dos clubes no mesmo ano à divisão principal, um claro exemplo de total desorganização do futebol brasileiro à época (apesar de que não mudou muito, não é mesmo?). Os péssimos resultados viriam ao mesmo tempo com o fim da gestão do folclórico presidente Vicente Matheus, no começo de 1982. Waldemar Pires assumiu como novo presidente e trouxe novos ares ao time. Ele, o sociólogo Adílson Monteiro Alves, e jogadores politizados como Sócrates e Wladimir começaram um novo modelo de gerir o clube, uma espécie de autogestão. Estava feita a revolução.
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O início da Democracia
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O novo modelo de gestão do clube colocava funcionários, dirigentes e jogadores no mesmo nível em termos de votos. Todos participavam das decisões e todos tinham voz dentro do Corinthians. Sócrates tinha a mesma voz que o roupeiro, Wladimir o mesmo poder de voto que o massagista e assim por diante. Tudo era democrático, claro e simples. Os jogadores liberaram atletas casados da concentração, o publicitário Washington Olivetto passou a atuar na área de marketing do clube e criou o termo “Democracia Corintiana”, artistas como Rita Lee e Boni passaram a integrar um conselho de “notáveis” dentro do Timão e a marca da democracia passou a ser difundida por todo o país. Foi um sucesso. Que logo seria refletido dentro de campo.
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Brasileiro bate na trave
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O primeiro grande desafio do time seria no Campeonato Brasileiro. O clube passou pela taça de prata e fez uma ótima campanha, chegando até as semifinais da competição. Porém, o Timão não conseguiu superar o grande Grêmio de Leão, De León, Paulo Isidoro, Tarciso e Baltazar, então campeão brasileiro de 1981. Mesmo com as derrotas, o time comemorou um honroso quarto lugar e ganhou o ânimo necessário para a disputa do Campeonato Paulista.

O primeiro caneco
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O favorito à conquista do Paulista de 1982 era o São Paulo, com craques como Waldir Peres, Oscar, Dario Pereyra e Zé Sérgio. O time tinha a chance de conquistar um inédito tricampeonato paulista, mas não contava que na final encontraria o Corinthians, seu principal carrasco. A decisão foi toda do Timão, que venceu o primeiro jogo por 1 a 0, gol de Sócrates, e a partida decisiva, com um categórico 3 a 1, gols de Biro-Biro (2) e Casagrande. Era o êxtase e a alegria que o time mais democrático do país precisava: Corinthians campeão, e colocando fim no sonho do tri do grande rival. O time venceu 28 dos 40 jogos que disputou, perdendo apenas 4. Foram 72 gols marcados e apenas 26 sofridos. Para completar a festa, Casagrande seria o artilheiro da competição com 28 gols. Um final de ano delicioso para o clube.
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Reforços na luta por mais
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A Democracia estava em seu auge no ano de 1983. Por isso, o Corinthians aproveitou para se reforçar. Vieram o zagueiro Juninho, o volante Paulinho e o grande goleiro Leão, que, mesmo com suas qualidades em campo, não foi adepto ao modelo de gestão do clube, o que causou certos desconfortos internos. Problemas à parte, o time tinha uma boa equipe para tentar novas conquistas. No Brasileiro, o clube não foi bem e terminou apenas na 10ª colocação. O ponto alto do torneio foi a goleada de 10 a 1 sobre o Tirandentes-PI, a maior da história do torneio em todos os tempos. Sócrates marcou quatro gols naquele jogo. Mesmo com a decepção no torneio nacional, o Timão ainda tinha o campeonato paulista…
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O Corinthians democrático: com um meio de campo talentoso e um ataque perigosíssimo com Casagrande em seu auge, o Timão jogava muito naquela época.
O Corinthians democrático: com um meio de campo talentoso e um ataque perigosíssimo com Casagrande em seu auge, o Timão jogava muito naquela época.

Bicampeão, de novo contra o São Paulo
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O Corinthians decidiu o Paulistão de 1983 de novo contra o São Paulo, após eliminar o Palmeiras nas semifinais. No primeiro jogo, o Timão venceu novamente por 1 a 0, como no ano anterior, com gol dele, Sócrates. Na partida de volta, um empate garantiria o bicampeonato. Sócrates abriu o placar para o Corinthians. Mas a poucos minutos do fim o São Paulo empatou. Não adiantou. O Timão conquistava o bi, o primeiro desde o jejum. Sócrates marcou 21 gols naquele campeonato e jogou muito. Foram 48 jogos com 24 vitórias e apenas 7 derrotas, além de 68 gols marcados e 39 sofridos.  O título era a consagração da Democracia, que misturava ousadia e coragem fora das quatro linhas, liberdade de expressão e muito talento com a bola nos pés.
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Fim do encanto
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Em 1984 o Corinthians quase chegou à final do Brasileiro. O clube fez uma apresentação memorável contra o grande Flamengo no jogo de volta das quartas de final e venceu por 4 a 1. A vitória foi tão sensacional que o time relaxou nas semifinais, e perdeu para o futuro campeão Fluminense, de Assis, Branco, Ricardo Gomes, Delei, Romerito e Washington. A eliminação culminou, ainda, com a saída da principal estrela corintiana, Sócrates, que foi jogar na Fiorentina, da Itália. O encanto do time estava perdido. No paulista, a perda do tricampeonato estadual para o Santos sepultaria de vez o movimento da Democracia. Jamais um time no Brasil teve outro lampejo democrático como aquele Corinthians 1982-1984. Nenhum clube mesclou o momento que o país vivia com futebol de maneira tão perfeita quanto Sócrates, Wladimir, Biro-Biro e Casagrande. A Democracia Corintiana foi, sem dúvida, um marco no futebol brasileiro e nos cenários político e social da década de 80. O futebol praticado por aquele esquadrão também. É um time imortal, para sempre na memória de todos os corintianos. “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”.
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Os personagens:
Solito: foi titular na temporada de 1982, ajudando muito o time a avançar às semifinais do Brasileiro e a conquistar o título paulista com grandes defesas. Perdeu espaço com a chegada de Leão em 1983.
Leão: eterno temperamental e polêmico, o goleiro Leão não participou da Democracia Corintiana. Sua posição avessa causou muitas desavenças internas. Ficou apenas um ano, o bastante para levantar o Paulista de 1983.
Alfinete: era lateral direito do timão bicampeão paulista 1982/1983. Não tinha a mesma raça e eficiência de Wladimir lá na outra ponta, mas não comprometeu.
Mauro: zagueirão, Mauro jogou de 1978 até 1987 no Corinthians. Era um dos símbolos da raça do time, peça chave nas conquistas do Paulista de 1982 e 1983.
Juninho: marcou época na zaga da Ponte Preta e inclusive integrou o grupo da seleção que disputou a Copa de 1982. Foi para o Corinthians e lá venceu o Campeonato Paulista de 1983.
Daniel González: uruguaio símbolo de raça, González formou um paredão com Mauro na Democracia. Conquistou rapidamente a torcida, mas logo foi vendido ao Vasco, em 1983.
Wladimir: símbolo do Corinthians e um dos maiores ídolos da história do clube, Wladimir atuou em mais de 800 jogos pelo Timão. Foi o dono da lateral esquerda do clube e peça fundamental no movimento da Democracia.
Biro-Biro: era senhor da raça corintiana. Em 1982, fez um gol por entre as pernas de Waldir Peres na final contra o São Paulo, que garantiu o título paulista. Outro grande ídolo do Timão.
Paulinho: fez parte do “quadrado” da Democracia no meio de campo, ao lado de Biro-Biro, Sócrates e Zenon. Tinha muita raça e vontade, que acabavam compensando a falta de técnica. Foi o bastante para brilhar e ganhar rapidamente a torcida.
Eduardo: veloz e moderno, Eduardo era meia no time bicampeão paulista de 1982/1983. Foi um importante jogador no sucesso do time na época.
Sócrates: foi o maior ídolo da história do Corinthians. O Doutor Sócrates liderou o movimento da Democracia Corintiana e esbanjava classe em campo, com passes de precisão cirúrgica, toques de calcanhar de arrebatar o coração e gols, muitos gols, golaços. Foi também um dos maiores meio-campistas da história do futebol brasileiro e mundial. Sua morte tão precoce, no ano passado, bem no dia em que o Corinthians conquistou o pentacampeonato brasileiro, ainda dói no coração do torcedor alvinegro. Sócrates é e será sempre um Imortal do futebol.
Zenon: brilhou no Guarani campeão brasileiro de 1978 antes de fazer história também no Corinthians. Jogou de 1981 até 1985 no Timão e foi outro importante articulador da Democracia. Era fatal em cobranças de falta e nos lançamentos. Um dos maiores de seu tempo no meio de campo.
Ataliba: foi coadjuvante, mas fundamental no ataque do Timão bicampeão estadual. Fez uma dupla memorável com Casagrande e virou símbolo do time.
Casagrande: outro politizado, Casagrande desandou a fazer gols na época da Democracia. Foi ídolo da torcida e mostrava o lado despojado da época. Artilheiro e matador, Casagrande foi referência no ataque do clube por anos.
Mário Travaglini (Técnico): Travaglini foi um dos precursores do futebol moderno no Brasil, com aplicação tática e muita qualidade no passe. Implantou esse estilo na Máquina Tricolor do Fluminense em 1976, onde conquistou o Campeonato Carioca. Experiente, chegou ao Corinthians em 1982 e logo conquistou o campeonato paulista daquele ano e de 1983. Foi um dos grandes treinadores do nosso futebol.