quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Top 10 Vexames da Argentina

Top 10 Vexames da Argentina

10-Brasil 4x1 Argentina-Jogo do Olé
Ficou na história como o "jogo do olé". No Maracanã, um combinado carioca formado por oito jogadores do Botafogo, dois do Vasco e um do Fluminense, vestindo a camisa da seleção, goleou a Argentina por 4 a 1. Os brasileiros colocaram os argentinos "na roda" por vários minutos, e o grito de "olé" da torcida só parou quando Jairzinho marcou o último gol.
9-Suécia 1x1 Argentina 
Argentina era considerada favorita ao título da Copa do Mundo de 2002. Depois de derrotar a Nigéria (1 x 0) e perder para a Inglaterra (0 x 1), a combinação de resultados exigia uma vitória sobre os suecos para chegar às oitavas-de-final. Svensson abriu o placar no segundo tempo e o gol de empate de Crespo, a dois minutos do fim, foi insuficiente. Caniggia foi expulso.

8-Argentina 0x1 Camarões
Argentina de Diego Maradona estreou no Mundial da Itália contra a seleção de Camarões. Com um futebol surpreendente, os africanos venceram por 1 a 0, mesmo com dois jogadores a menos no fim da partida. 
7-Alemanha 4x0 Argentina-Quartas de Final da Copa de 2010
A Alemanha goleou a Argentina (4 a 0), no Green Point, valendo pela Fase Quartas de final da Copa do Mundo 2010. Os gols foram de Klose (2), Friedrich e Thomas Müller.
6-Holanda 4x0 Argentina
A Holanda goleou a Argentina com placar de 4 a 0, no Park Stadion, na Segunda Fase da Copa do Mundo 1974. O placar foi construído por Cruyff (2), Krol e Rep.
5-Uruguai 5x0 Argentina
Apesar de contar com o grande artilheiro Sanfilippo, a Argentina não conseguiu marcar contra os uruguaios, pelo Campeonato Sul-Americano Extra. No intervalo, o Uruguai já vencia por 3 x 0

4-Brasil 4x1 Argentina-Final da Copa das Confederações 2005
Ambos em grande momento, os arquirrivais se encontraram na final da Copa das Confederações de 2005. Esperava-se uma partida equilibrada, mas o Brasil atropelou. Com grande atuação de Kaká e Adriano, chegou a abrir 4 a 0 - a Argentina descontou com Aimar.

3-Argentina 1x6 Tchecoeslováquia
A Argentina chegou à última rodada da fase classificatória da Copa do Mundo de 1958 pensando em vencer a antiga Checoslováquia para se classificar em primeiro no grupo. Mas o que aconteceu foi a maior goleada imposta aos argentinos na história da seleção. Os checos chegaram a abrir 4 x 0, e o jogo terminou num vexaminoso 6 x 1.
2-Bolívia 6x1 Argentina
Um vexame. A primeira derrota de Maradona no comando da seleção da Argentina entrou para a história do futebol do país. Os hermanos foram a La Paz e foram derrotados pela Bolívia por incríveis 6 a 1, o que iguala o maior revés da história do futebol argentino. Na Copa de 1958, os hermanos perderam pelo mesmo placar para a então Tchecoslováquia.

1-Argentina 0x5 Colômbia
A Colômbia era a sensação das Eliminatórias da Copa de 1994 e ignorou o Monumental de Nuñez lotado, aplicando uma inesquecível goleada por 5 a 0. O resultado, até hoje o pior da história da Argentina dentro de casa, obrigou a seleção a disputar uma repescagem contra a Austrália para chegar à Copa.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Top 10 Vexames do Flamengo

Top 10 Vexames do Flamengo
Fontes:Impedimento e ESPN

10-Flamengo 2x3 León do México
O Flamengo precisava vencer o León do México,650.000 lotaram o Maracanã,foi o maior público antes e sem contar a Copa,o time mexicano abriu o placar,o mengo empatou dez minutos depois,mais um minuto após o empate veio o desempate mexicano,quatro minutos depois o Fla empatou,mais a sete minutos do fim o León fez 3x2,eliminando o mengo da Libertadores.

9-Defensor Sporting 3x0 Flamengo
O Flamengo estava invicto até o momento na Libertadores,era as oitavas de final da Copa Libertadores,o Fla era mais favorito do que nunca,na ida o Defensor detonou o mengo por 3x0 em Montevidéu a capital do Uruguai,mesmo vencendo o time uruguaio no Maracanã por 2x0 não foi suficiente,para evitar a derrota.


8-Segunda fase do Brasilerão 1985
O Flamengo passou para segunda fase em dos grupos mais fáceis da competição,com Bahia,Ceará e Brasil de Pelotas,mesmo assim deu zebra,o mengo não se classificou e o time tinha Adílio e Bebeto,isso foi um grande vexame,ainda que o time foi o campeão do primeiro turno da primeira fase e era candidato a ser campeão.
7-Flamengo 0x3 Bangu
Aos três minutos do segundo tempo, a maioria dos torcedores rubros negros estavam calados. O placar de 3×0 para o Bangu era um sinal vidente da derrota, pois, além da diferença nos números, o adversário dominava o jogo. Os caminhos da reação pareciam fechados. Vinte e seis minutos e tudo estava na mesma. De repente, o futebol acaba, cedendo lugar a uma das maiores confusões já registradas no maracanã
6-Flamengo 2x2 Grêmio
Flamengo e Grêmio se enfrentaram valendo a Copa do Brasil em 97. O Flamengo contava    com o Romário no ataque.Na primeira partida no Olímpico, um diplomático zero a zero garantiu ao Urubu a moleza de faturar a bodega com um reles 1×0 diante de sua torcida no Maraca. Chegou então o grande dia, 95 mil pessoas se espremeram no Maracanã.Mal começa o jogo e o Fla  toma um gol de João Antônio,o Urubu reage e vira para 2×1, pondo uma das mãos no troféu e levando a massa de 95 mil a gritar “é campeão”, aos 34 do segundo, Carlos Miguel se vê dentro da pequena área, a bola redondinha em sua frente e o arqueiro rubro-negro a rezar pelo sobrenatural, que não acontece, assim como o título do Flamengo.
5-Flamengo 1x4 Vasco-Semi Final do Brasileirão 1997
Em 1997, o Fla mais uma vez montou um time que chegava nas decisões, porém, não levava. No início do ano, ainda com Romário no elenco, o Fla havia perdido a Copa do Brasil pleno Maracanã. O rival cruzmaltino fazia chover no campeonato graças a Edmundo, que jogou como ninguém mais no ano corrente de 1997. Rivais se pegaram no Maraca valendo classificação pras finais do Brasileirão. E o Vasco trucidou, com Edmundo, que anotou três gols, o último deles especialmente humilhante ao driblar Júnior Baiano de tal forma que o zagueiro não deve ter ainda hoje compreendido bem o que se passou. Maricá balançou as redes de Clemer.
4-Flamengo 2x3 Fluminense-Final do Cariocão 1995
Centenário do Flamengo,com o melhor atacante do mundo,o empate por 2x2 dava a taça para o campeão da Taça Guanabara,o Maracanã estava lotado com 100 mil pessoas,o Fluminense dispara e faz 2x0 só no primeiro tempo,o Flamengo consegue empatar no segundo tempo,a esperança de um título no centenário foi exterminada dez minutos depois,faltando três minutos do fim,Renato Gaúcho marcava um gol de barriga , dando fim a nove anos de fila do Fluminense.

3-Flamengo 0x6 Botafogo
Era o aniversário do Flamengo em 1972 ficou marcado por 6 gols do Botafogo,demorou 9 anos pro Fla dar o troco,o jogadores da época jamais se esqueceram,assim como a torcida.
2-Flamengo 0x2 Santo André - Final da Copá do Brasil 2004
Maracanã lotado com 80 mil pessoas,na ida empate por 1x1,na volta o primeiro tempo ficou zerado,já no segundo tempo o time campeão carioca tomou dois gols de Sandro Gaúcho e Elvis,isso marcou um grande vexame flamenguista.

1-Flamengo 0x3 América do México
Jogo de Libertaodores,na ida no México,o Fla estava praticamente classificado pois venceu por 4x2 fora de casa,jogando no Maracanã,estava tudo pronto,estádio lotado com 50 mil pessoas,despedida de Joel Santana  do time,ainda que mesmo perdendo 2x0 estaria classificado,no jogo Cabanãs fez 2 gols e foi parar nas capas dos jornais mais famosos,fazendo a torcida flamenguista chorar pois quando menos se esperava o time foi goleado em pleno Maracanã.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Top 10 Vexames do Santos

Top 10 Vexames do Santos

10-Santos 2x3 Novohorizontinho
O Santos caiu no grupo da morte do Paulistão com os rivais:São Paulo e Corinthians e o fraco Novohorizontinho.Até a quarta rodada havia esperança da classificação,na sua quinta partida,o jogo seria na Vila Belmiro contra o Novohorizontinho que havia perdido todos os seus jogos,bem o Santos perdeu em casa por 3x2 e foi matematicamente eliminado.
9-Santos 0x1 CSA
Após empatar sem gols em Alagoas,o Santos tinha certeza que acabaria com o CSA de Alagoas na Vila,na primeira fase com uma grande humilhação o Santos foi derrotado por 1x0 em sua casa.
8-Santos 1x3 Boca Juniors-Final da Libertadores 2011
Grande final da Libertadores,o jogo era no Morumbi,os santistas diziam que a derrota de 2x0 para o Boca na La Bombonera era pouco e acreditavam no time de Robinho e Ricardo Oliveira,com estádio lotado o Boca provou que todos se enganaram,com Tévez e Delgado o time acabou com o sonho santista,vencendo por 3x1.


7-São Paulo 6x1 Santos
Na despedida do ídolo são paulino:Raí,o Santos não viu a cor da bola e foi humilhado pelo atual campeão mundial e sul-americano,Gallo foi expulso e os gols foram surgindo,a desculpa santista era que tinam que deixar Raí fazer um gol,pois o sexto gol de Raí decretou um massacre histórico.

6-Flamengo 3x0 Santos-Final Brasileirão 1983
Na ida o Santos venceu a final do brasileiro por 2x1,na volta aconteceu o maior público da história do Brasilerão:155.000 pessoas,o Flamengo de Zico era muito superior,Zico provou isso logo no primeiro minuto de jogo,a seis minutos do fim do primeiro tempo Leandro fez o segundo gol flamenguista,ao penúltimo minuto de jogo Adílio decretava 3x0 para o Fla,e mais um fracasso do Santos.

5-São Paulo 4x1 Santos
O jogador Pagão tinha saído do Santos e ido para o São Paulo,no primeiro jogo conra o ex-clube : o Santos de Pelé,que não viu a cor da bola e teve vários jogadores expulsos,com muitos jogadores a menos o time começou a simular contusões e jogo foi finalizado antes do apito final.

4-Barcelona 8x0 Santos
Na estreia de Neymar no Barcelona,o Santos não viu a cor da bola no Camp Nou e foi humilhado no Torneio Juan Gramper,foi punido pela CBF e ficou temporariamente sem disputar torneios internacionais.
3-Cruzeiro 6x2 Santos-Final da Taça Brasil 1966
O peixe tinha um grande esquadrão com Pelé,Pepe,Coutinho e Gylmar Santos,a equipe já era penta campeã consecutiva e buscava o sexto título consecutivo contra o Cruzeiro de Tostão, no Mineirão com várias falhas de Gylmar o time tomou 5x0 só no primeiro tempo,mais não só o goleiro falhou  como todo o time,o jogo terminou com 6x2 para o Cruzeiro,no outro jogo na final no Pacaembu de virada outra derrota santista dessa vez por 3x2 dando o título ao forte Cruzeiro que tinha como estrela : Tostão.

2-Corinthians 7x1 Santos
A diretoria santista errou feio ao demitir Alexandre Gallo,que mantinha o peixe na terceira colocação no brasileiro,por Nelsinho Batista vindo do Japão,bem foi como trocar uma fruta podre por outra pio ainda, Nelsinho colocou o pior clima possível na Vila Belmiro,em pleno Pacaembu clássico contra o Corinthians,derrota por 7x1,com menos de um minuto o Corinthians abria placar,está bem o peixe empatou mais dez mintutos depois o desempate,aos 38 do 1 tempo,3x1 para o time da capital,tá a primeira etapa não foi o fim do mundo mais já estava 3x1,mais a segunda etapa veio mais quatro gols corinthianos,aos 7 do       2 tempo,veio o quinto,dez minutos depois tragédia fica pior com o quinto,quinze minutos depois o sexto,ao último minuto do segundo tempo veio o sétimo,um baile com três de Tévez e dois de Nilmar,que massacre.
.
1-Barcelona 4x0 Santos-Final do Mundial Interclubes 2011
O Santos tinha um ótimo time,mais o Barça estava perfeito,um time invejável e praticamente pelo europeus estava com a mão na taça do Mundial de 2011,e mesmo para os santistas,os brasileiros não seria surpresa derrotas por 1x0,2x0,mais uma goleada por 4x0 com Neymar,Ganso,Arouca,Rafael Cabral de goleiro e Muricy como treinador,é o fim da picada,tudo bem eles tinham Messi,Puyol,Xavi,Iniesta e outros craques,mais 4x0,já é demais.Foi uma grande aula de futebol,que mostrou que nem tudo é ousadia,alegria,dançinhas e cortes de cabelo.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Corinthians 1998-1999

ESQUADRões do brasil – CORINTHIANS 1998-1999

27/07/2015
Fonte:Imortais do Futebol
Image
Grandes feitos: Bicampeão brasileiro (1998 e 1999), Campeão paulista (1999).
Time-base: Dida (Nei); Índio, Gamarra (Adílson), Fábio Luciano e Kléber (Sylvinho); Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho; Edílson e Luizão (Dinei). Técnicos: Vanderlei Luxemburgo (1998) e Oswaldo de Oliveira (1999).

Corinthians de 98-99
O torcedor corintiano sempre aprendeu a torcer por equipes guerreiras, cheias de raça e com mais transpiração do que técnica. Porém, algo estava estranho no Corinthians de 1998, 1999 e primeiro semestre de 2000. Você ligava a TV às quartas-feiras e aos finais de semana e se deparava com uma equipe que tocava bem a bola, tinha ótima visão de jogo, uma defesa eficiente e que sabia sair jogando, e um meio de campo e ataque irresistíveis. Sim, o Corinthians tinha mudado o seu estereotipo e começado a jogar bonito, a encantar seu torcedor e a causar pânico nos adversários. O corintiano ria à toa naquela época com os desfiles de Gamarra, Vampeta, Rincón, Ricardinho, e, sobretudo, Marcelinho, Edílson e Dida. Sofredor? O corintiano não sabia o que era isso naqueles tempos. A frustração ficou apenas na Libertadores. Mas no Brasil (e até no mundo) só deu Timão! Vamos relembrar.

Metas traçadas
Campeão paulista de 1997, o Corinthians iniciou 1998 com a base do ano anterior e uma equipe que era forte na defesa, com Cris e o paraguaio Gamarra. Na lateral, o jovem Sylvinho era o destaque. No meio, um meio de campo aguerrido e marcador, com Vampeta, Souza e Rincón. No ataque, era bola nos pés de Marcelinho, que municiava Mirandinha e o talismã Dinei, além do atrapalhado Didi. A equipe foi bem no estadual e chegou à final diante do São Paulo. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1. Na partida de volta, Raí e França acabaram com o sonho do bi corintiano na vitória tricolor por 3 a 1. Aquela partida serviu de lição para a equipe concertar os erros e começar a preparação para o Campeonato Brasileiro, visto como a principal competição do ano pela equipe, que tinha grandes chances de vencê-la.

Líder e classificado
O Timão terminou a primeira fase do brasileirão daquele ano na primeira colocação, com 46 pontos em 23 jogos. A equipe ficou um ponto à frente do seu grande rival, o Palmeiras. Classificado, o time teria a vantagem de decidir todos os confrontos do confuso sistema de mata-mata do campeonato em casa. Confuso porque a equipe só conseguiria a classificação em dois jogos se vencesse ambos. Uma vitória para cada lado, não importava o placar, levava a decisão para um terceiro jogo. Coisas do futebol brasileiro…
Nas quartas de final, o Corinthians encarou o Grêmio. No primeiro jogo, em Porto Alegre, vitória corintiana por 1 a 0. Quando todos achavam que a equipe passaria fácil, jogando a volta em casa, surpresa: Grêmio 2 a 0. No terceiro jogo, o Corinthians, de novo em casa, venceu com um magro 1 a 0, gol do “capetinha” Edílson. Vaga nas semifinais, contra o rival Santos.
O Santos em 1998 tinha uma equipe razoável, mas que não era nem sombra daquele grande time de 1995. A estrela era o ex-corintiano Viola, artilheiro daquele campeonato, que ajudou o peixe a vencer o jogo de ida por 2 a 1, na Vila Belmiro. Na volta, vitória corintiana por 2 a 0. No terceiro jogo, empate em 1 a 1, que garantiu o Corinthians na final, pelo número de gols marcados. Viola, mesmo marcando o gol santista, foi expulso perto do fim da partida, para alegria da fiel.

Final café com leite
Image
A decisão foi entre o Corinthians de Marcelinho, Vampeta, Rincón, Ricardinho, Gamarra e Edílson, e o Cruzeiro, vice-campeão da Copa do Brasil daquele ano, com estrelas como Dida, Marcelo Djian, Valdo, Muller e uma temida dupla de ataque formada por Marcelo Ramos e Fábio Júnior. O primeiro jogo terminou empatado em 2 a 2, com uma recuperação incrível do Corinthians, que terminou perdendo o primeiro tempo por 2 a 0, mas empatou na etapa final com Dinei e Marcelinho. No segundo jogo, novo empate, em 1 a 1. Esse jogo ficou marcado pelas inúmeras chances perdidas pelo atrapalhado atacante (?) Didi, do Corinthians. A decisão ficaria para o terceiro jogo.

Brasil alvinegro
Image
Gamarra ergue a taça: o Timão conquistava o Brasil pela segunda vez.

O segundo jogo ficou marcado pelo ferrolho que Luxemburgo armou contra os mineiros, que não conseguiram furar a defesa corintiana, comandada com maestria por Gamarra, um dos maiores zagueiros da época, estrela da Copa do Mundo de 1998 ao não cometer uma falta sequer. O Timão perdeu inúmeras chances no primeiro tempo, mas no segundo conseguiu encaixar seu jogo e fez 2 a 0, com Edílson e Marcelinho, conquistando, depois de 8 anos, o Campeonato Brasileiro. Festa alvinegra em São Paulo e no Brasil. O Timão estava de volta. Mas agora, poderoso.

A tentativa da América
Como campeão nacional, o Corinthians conseguiu o direito de disputar a Libertadores de 1999. Mas, quis o destino que o Palmeiras estivesse na mesma competição, e no mesmo grupo que o Timão, juntamente com Cerro Porteño e Olímpia, ambos do Paraguai. O primeiro embate foi justamente entre Corinthians e Palmeiras, com vitória alviverde por 1 a 0. Em seguida, o Corinthians lavou a alma e aplicou uma sonora goleada pra cima do Cerro: 8 a 2. Embalado, o Timão venceu o Palmeiras por 2 a 1 e o Olímpia por 2 a 1, na casa do adversário, e por 4 a 0, no Pacaembu. A equipe perderia para o Cerro no Paraguai por 3 a 0, mas terminou na liderança do grupo e garantiu a classificação para as oitavas de final.

Passeio nas oitavas
A equipe enfrentou os bolivianos do Jorge Wilstermann e arrancou um empate no jogo de ida: 1 a 1. Na volta, a equipe passeou e venceu por 5 a 2, garantindo um lugar nas quartas de final. Mas… Nas quartas, era hora de enfrentar o grande rival novamente: o Palmeiras.

Clássicos eletrizantes
Alviverdes e alvinegros fizeram embates de tirar o folego nas quartas de final. O Palmeiras, com uma equipe mais experiente, levava ligeira vantagem, e mostrou isso na partida de ida, vencida por 2 a 0. O Corinthians precisava vencer o jogo de volta por pelo menos dois gols para levar a decisão para a prorrogação. E conseguiu. Porém, as equipes duelariam nas penalidades, onde brilhou a estrela do goleiro palmeirense Marcos, que defendeu a cobrança de Vampeta e contou com o travessão no chute de Dinei. O Palmeiras seria o campeão, e o Corinthians teria que voltar as suas atenções para o território nacional.

Revanche no paulista
Image
Edílson acerta a perna de Paulo Nunes no polêmico clássico de 1999 pelo Campeonato Paulista: nervos à flor da pele.
Se o Corinthians não teve sorte na Libertadores, no Paulista a história foi diferente. A equipe goleou o rival por 3 a 0 no jogo de ida da final, e, na decisão, empatou em 2 a 2. Com o titulo ganho, o atacante Edílson provocou o Palmeiras ao fazer embaixadinhas na lateral do campo. Foi a deixa para o início de uma batalha campal entre os jogadores, inflamando de vez a torcida do Corinthians, que comemorou o título e viu o rival ficar mais um ano na fila do estadual. Título assegurado, hora de lutar pelo bi brasileiro.

Soberano novamente
Com uma equipe bem melhor que em 1998, a começar pelo ótimo goleiro Dida, pela dupla de ataque afiada, Luizão e Edílson, e o já consagrado meio de campo com Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho, o Corinthians mais uma vez dominou a fase de classificação do brasileiro, e terminou na primeira posição, com 44 pontos em 21 jogos, além de ter o melhor ataque, com 49 gols. Com isso, novamente teria a vantagem de decidir em casa os jogos do mata-mata.

Embate regional
Nas quartas de final, o Corinthians enfrentou o surpreendente Guarani. No primeiro jogo, empate em 0 a 0. No jogo de volta, vitória por 2 a 0 do Corinthians. No terceiro jogo, empate em 1 a 1, que garantiu o Timão nas semifinais.

Confronto histórico
Image
Mais uma vez o Corinthians encarava um adversário regional, mas que seria um páreo duríssimo: o São Paulo, de Raí, Edmílson e Rogério Ceni. O primeiro jogo foi recheado de emoção. Nenê abriu o placar para o Corinthians. Raí empatou. Ricardinho colocou o Timão novamente em vantagem, mas Edmílson deixou tudo igual no final do primeiro tempo. No segundo, Marcelinho, de pênalti, deu a vitória ao Corinthians. Porém, aquele jogo ficaria marcado por uma das maiores atuações de um goleiro na história. Dida conseguiu a proeza de defender dois pênaltis consecutivos do ídolo maior do São Paulo, Raí. No confronto seguinte, o Corinthians venceu novamente, dessa vez por 2 a 1, e conseguiu ir para a final. Mas a vitória era o de menos. As defesas de Dida ficaram mais marcadas que as vitórias e até mesmo que a classificação. No final do campeonato, o goleiro levaria uma das três notas 10 da Revista Placar na década de 90.

A Decisão rumo ao Bi
A final foi contra o ótimo time do Atlético-MG, de Velloso, Claudio Caçapa, Belletti, Robert, Marques e o goleador nato Guilherme, que quase igualou o recorde de Edmundo como maior artilheiro da história do campeonato à época. Guilherme marcou 28 gols. Edmundo, em 1997, anotou 29. Diante de um adversário que vinha sapecando gols e mais gols nos últimos jogos (foram 14 em apenas cinco jogos) o Corinthians sabia que a atuação de sua defesa seria essencial na busca pelo título, e o ataque não poderia falhar. No primeiro jogo, no Mineirão com mais de 78 mil pessoas, Guilherme só não fez chover na defesa do Timão, e marcou os três gols da vitória do Galo por 3 a 2. Os gols da equipe paulista foram de Vampeta e Luizão. O jogo serviu como alerta para que a equipe encontrasse um meio de parar o atacante do time mineiro no jogo (ou jogos) seguinte. Dito e feito. No segundo jogo, no Morumbi, outro matador mostrou suas garras: Luizão. Ele marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 e levou a decisão para a terceira partida. O ponto negativo ficou por conta do cartão vermelho do atacante, que desfalcou a equipe justo no jogo final.

Duas vezes Timão
Image
A finalíssima, disputada três dias antes do natal, foi debaixo de chuva e num gramado castigado. Em um terreno tão perigoso, o Corinthians preferiu não se arriscar, e levou o jogo na manha, mantendo o 0 a 0 e conquistando o bicampeonato nacional seguido, algo que não acontecia desde 94, quando o eterno rival Palmeiras venceu o brasileirão em 93/94. Era a consagração de Dida, Índio, Kléber, Vampeta, Rincón, Ricardinho, Marcelinho, Edílson e Luizão, e a revelação do calmo Oswaldo de Oliveira como um bom técnico. Mas não haveria muito tempo para comemorar. O Timão teria um compromisso muito especial a partir do dia 5 de janeiro de 2000: o primeiro Mundial de Clubes da FIFA.

Fim de uma era
corinthians_palmeiras_libertadores_1999
Após o título, o Corinthians começou a cair de produção e viver seus últimos momentos de brilhantismo, que culminou com a eliminação traumática nas semifinais da Libertadores, de novo para o rival Palmeiras, de novo nos pênaltis, após Marcelinho perder a cobrança decisiva por “culpa” de Marcos, que defendeu. A fiel vibraria com a derrota alviverde na final, para o Boca Juniors, mas a derrota para o maior rival culminaria com brigas, principalmente da torcida, o que provocou a saída de Edílson e outros. No brasileiro, o time ficaria na penúltima posição, com apenas quatro vitórias em 24 jogos. Era o fim de uma equipe que dominou o Brasil por dois anos, e ensinou a fiel uma nova maneira de torcer. Aquele esquadrão deixou muitas saudades… Salve o Corinthians!

Os personagens:
Dida: os corintianos não sabem até hoje qual foi o melhor goleiro da história do clube, se Gilmar ou se Dida. O gigante goleiro pegou tudo e mais um pouco nos dois anos em que jogou na equipe, e virou ídolo em definitivo após pegar dois pênaltis de Raí na semifinal do Brasileiro de 1999. Suas atuações o levaram para o Milan, onde brilhou muito e conquistou diversos títulos. Pela seleção, enfrentou a concorrência de Marcos, e foi reserva na Copa de 2002.
Índio: lateral direito, compensava a pouca técnica com um fôlego privilegiado. Ganhou quase tudo com o Timão de 98 a 2000, e até marcou seus gols.
Gamarra: um dos maiores zagueiros do mundo em 1998 e da história do Corinthians. Era exímio no desarme, fantástico na antecipação e primava pelo jogo limpo. Raramente fazia faltas, e virou lenda ao jogar a Copa de 98 pela seleção do Paraguai e não cometer nenhuma falta. A fiel lamenta que ele tenha ficado pouco tempo. Mas foi o bastante para garantir o brasileirão de 98. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Adílson: ídolo no Grêmio, onde foi capitão na conquista da Libertadores de 1995, Adílson não tinha o mesmo vigor dos tempos no sul, mas ajudou com sua experiência o Corinthians a conquistar o Mundial.
Kléber: formado no “terrão” do Timão, voou na lateral esquerda da equipe de 1998 até 2003. Títular absoluto, ganhou muitos títulos e virou ídolo. Na seleção, disputou 14 partidas e esteve presente nos grupos que venceram a Copa das Confederações de 2009, a Copa América de 2007 e o Superclássico das Américas de 2011.
Sylvinho: outro ótimo lateral esquerdo formado no Timão, foi fundamental na conquista do Brasileiro de 98, além de outros títulos, com destaque para a Copa do Brasil de 1995. Jogou 167 partidas pelo Timão. Em 99, foi para a Europa, onde brilhou no Arsenal e Barcelona. Jogou seis partidas pela seleção.
Rincón: impunha medo nos adversários pela presença física, mas também pela extrema qualidade. Fruto da geração de ouro do futebol colombiano que revelou ele, Valderrama, Asprilla e Córdoba, Rincón foi um dos maiores volantes da história do Timão. Seguro, eficiente e com muita elegância, disputou 158 partidas pelo alvinegro. Mesmo com as brigas com as estrelas do time como Marcelinho e Edílson, ambos funcionavam em campo. Teve a honra de levantar a taça do mundial do Timão.
Vampeta: a mistura de “vampiro” com “capeta” poderia ser também de eficiência e raça. Marcos André Santos foi um monstro, ao lado de Rincón, no meio de campo daquela equipe. Além das qualidades em campo, era polêmico, e adorava tirar sarro dos rivais, principalmente do São Paulo, cujo apelido bambi foi de sua autoria e é utilizado até hoje pelos corintianos. É um dos maiores ídolos da fiel. Na seleção, esteve no grupo que trouxe o penta do Japão. A cambalhota no palácio do planalto na volta da equipe, em frente ao presidente da república, com a camisa do Corinthians, é uma de suas mais hilárias obras.
Ricardinho: foi o maestro do esquadrão do Corinthians e exemplo de técnica e ótima visão de jogo. Colecionou títulos na equipe e virou um dos mais queridos dos torcedores. Marcou 67 gols em 289 jogos. Outro pentacampeão com a seleção, em 2002.
Marcelinho: xodó da fiel, o pé de anjo era a referência no meio campo e ataque daquele esquadrão. Marcou diversos gols, muitos decisivos, e era mortal na bola parada. Teve a imagem arranhada depois de perder o pênalti derradeiro nas semifinais da Libertadores de 2000. Mesmo assim, está para sempre no coração dos torcedores, tamanha sua identificação com o time. Pela seleção, disputou apenas 3 partidas, marcando 2 gols.
Edílson: o capetinha, que já havia brilhado no rival Palmeiras, foi peça chave no ataque do Timão nas grandes conquistas. Endiabrado, aplicava dribles e mais dribles nos adversários, e sempre ia em busca do gol. Suas jogadas e provocações, principalmente contra Real Madrid e Palmeiras, respectivamente, estão para sempre na memória dos corintianos. Saiu brigado da equipe em 2000, depois da eliminação para o Palmeiras na Libertadores. Outro pentacampeão pelo Brasil.
Luizão: matador, marcou 52 gols em 77 partidas pelo Timão, a maioria em decisões. Era a referência na grande área, e brindava a fiel torcida com muitos gols. Também pentacampeão pelo Brasil em 2002.
Dinei: é o único tricampeão brasileiro pelo Timão. Eterno talismã, era o 12º jogador da equipe, e marcava gols decisivos, além de assistências, sempre que entrava. Jogou na equipe de 90 a 92, e de 98 a 2001.
Vanderlei Luxemburgo (Técnico): conseguiu domar os egos do time em 98 e conquistar mais um brasileiro para o seu currículo. Fez a equipe ter disciplina tática e grande poder de reação. Deixou o time após o brasileiro para assumir a seleção brasileira.
Oswaldo de Oliveira (Técnico): auxiliar de Luxemburgo, assumiu a equipe em 1999 e mostrou serviço. Calmo, dificilmente se irritava. Sua calma fez bem ao time, que voou naquele ano e conquistou o Brasileiro. Deixou o Timão em 2000 para brilhar no Vasco que seria campeão brasileiro e da Mercosul.

Fluminense 1975-1976

ESQUADRões do brasil – FLUMINENSE 1975-1976

27/07/2015
Fonte:Imortais do Futebol
Image
Grandes feitos: Bicampeão Carioca em 1975 e 1976, Campeão do Torneio de Paris em 1976, Campeão da Copa Viña Del Mar em 1976 e Encantador de Plateias Europeias em 1976.
Time base: Renato (Félix); Carlos Alberto Pintinho (Marco Antonio), Carlos Alberto Torres, Edinho e Rubens Galaxe; Rodrigues Neto, Cléber (Paulo César), Dirceu e Rivellino; Gil e Doval. Técnicos: Paulo Emílio (1975) e Mário Travaglini (1976).
“A Máquina de jogar futebol”
No início da década de 70, o Fluminense demonstrava que aquela seria a sua década. O título nacional conquistado exatamente em 1970 foi uma prévia do que viria pela frente. Naquele ano, o time ganharia pela primeira vez o apelido de “máquina”, por jogar de maneira extremamente eficiente, técnica, dinâmica, e, acima de tudo, com um pleno futebol arte. Mas foi em 1975 que aquele time virou mesmo uma máquina, a Máquina Tricolor. Para “pilotar” aquele esquadrão com só mesmo um craque que brilhara na seleção brasileira de 70 e que acabara de sair pelas portas dos fundos de seu ex-clube (Corinthians): Rivellino. E ele não decepcionou. O grande Riva viveu sua melhor fase na carreira e conduziu o Flu em apresentações memoráveis e a dois títulos incontestáveis nos cariocas de 75 e 76. O time fez tanto sucesso que passou a excursionar pela Europa e a encantar outras plateias de amantes do futebol arte. O deslumbre pode ser o motivo dessa equipe não ter vencido o campeonato brasileiro à época. Ou seria culpa do Inter de Falcão? Ou da invasão corintiana ao Maracanã? Não importa. O que ficou pra história foram os desfiles de um time mágico e imponente, que fez até o maior esquadrão da terra na época, o Bayern München de Beckenbauer, Maier e Müller, sucumbir. Façanha de gigante? Que nada, coisa de Máquina Tricolor mesmo. Vamos a ela!
O primeiro grande ano
Image
Já com uma equipe muito bem estruturada, o Fluminense começou a temporada de 1975 revelando a sua grande contratação: o meia Rivellino, vindo do Corinthians. O craque foi comprado por 400 mil dólares, um valor muito alto para a época. Riva via no time carioca a chance de realizar o seu grande sonho: ser campeão por um clube, já que no período em que esteve no time paulista, não conquistou nada, e ainda saiu brigado com a torcida. E sua ida ao tricolor não poderia ser melhor. Logo no primeiro jogo, justamente em um amistoso contra o Corinthians, Riva deu show: 4 a 1 Flu, com 3 gols dele. Era o presságio do que viria pela frente. Ele teve a companhia de uma equipe talentosa e incrível, com Félix, Marco Antonio e Paulo César Caju, companheiros de Riva na seleção, além de Manfrini, Gil e Assis. Era o que ele precisava para começar a brilhar, poder ter mais liberade para atacar e começar a fazer muitos gols. Dois meses depois da vitória sobre o Corinthians, veio o primeiro título: a taça Guanabara. Tempo depois, o Flu venceria por antecipação o título estadual, no quadrangular final, mesmo com derrota para o Botafogo. Era hora de comemorar. Que tal organizando um amistoso contra o maior esquadrão do mundo à época? Boa ideia…
Image
A vitória épica sobre o Bayern
Image
Com muitos contatos no mundo da bola, o ponta do tricolor Paulo César Caju organizou junto ao seu clube um amistoso contra o maior esquadrão da época no futebol, o Bayern München, então bicampeão europeu (venceria o tri consecutivo em 1976 e também o Mundial de Clubes, contra o brasileiro Cruzeiro) base da seleção alemã campeã mundial no ano de 1974, com nomes como Beckenbauer, Sepp Maier, Gerd Müller, Schwarzenbeck, Kapellmann e Rummenigge. Um time incrível. Porém, do outro lado, havia uma outra equipe igualmente incrível, com Félix, Toninho, Marco Antônio, Cafuringa, Paulo César, Rivellino e Mário Sérgio. O Flu mostrou sua força no Maracanã e teve um volume de jogo que assustou os alemães. O time atacou durante os 90 minutos, mas esbarrava na forte zaga adversária. Porém, foi um alemão que deu uma forcinha para o time brasileiro: o artilheiro da Copa de 1974, Gerd Müller, marcou sem querer, contra, o único gol do jogo. Vitória do Flu, por um placar que não refletiu o que foi aquele jogo. Poderia, muito bem, ser uns 2, 3, 4 a 0 para o time de Riva e companhia. O triunfo diante do Bayern mostrou o quanto era forte a Máquina Tricolor. Outro fato relevante é que a equipe alemã raramente saía do continente europeu, tanto que não disputou a final do mundial de clubes em 74 (nem sequer houve o torneio, por conta disso) e 75 (o vice europeu, Atlético de Madrid, foi quem disputou a final, e venceu). Quanta moral do tricolor!
Image
O único momento ruim do time no ano seria no Campeonato Brasileiro, aonde o clube chegou até as semifinais, mas o Internacional de Falcão “sabotou” a máquina tricolor, que amargou a eliminação.
Novo ano, nova Máquina
Image
Depois de brilhar em 1975, o Fluminense perdeu peças importantes, mas teve a proeza de se manter ótimo e ainda melhor em 1976, graças ao seu presidente Francisco Horta, que investia demais no seu time de coração. Promovendo troca-trocas com os clubes rivais, saíram Félix, Toninho e Marco Antonio, mas vieram outros ainda melhores, como Renato, Rodrigues Neto, Doval e Dirceu. A cereja do bolo seria a vinda de ninguém menos que Carlos Alberto Torres, melhor lateral-direito da história do futebol e que naquele ano desfilou sua técnica na zaga do tricolor, onde, óbvio, deu show. Pronto. O Fluminense montava uma equipe melhor que a de 1975 e que tinha a proeza de reunir jogadores que jogavam ou que já haviam passado pela Seleção Brasileira, com exceção, claro, do argentino Doval. Time formado, hora de desfilar pelo Brasil (e também pelo mundo).
O mundo conhece o tricolor
Image
Em 1976, o foco principal daquele time eram os amistosos disputados na Europa. O Flu fazia questão de exibir seu futebol arte e de toque refinado para europeu ver. A equipe excursionou pelo continente e trouxe na bagagem o Torneio de Paris, disputado na cidade francesa que contou, além do Fluminense, com Paris Saint-Germain, Seleção Europeia e a Seleção Olímpica Brasileira. O time tricolor estreou contra o PSG, e venceu por 2 a 0, com dois gols de Rivellino. O jogo seguinte seria contra a temida Seleção Europeia, que reunia jogadores famosos escolhidos pela crítica parisiense. O time europeu tinha como estrelas Petrovic, Suurbier, Van Hannegen, Georgescu, Six e Rensenbrink. Mas o Flu não se intimidou e venceu de virada por 3 a 1, com gols de Paulo César, Doval e Carlos Alberto Torres. A vitória assegurava o título à equipe brasileira, e imensos elogios da imprensa francesa e europeia, que chamou Rivellino de “le meilleur du monde” (o melhor do mundo). Era o Flu esbanjando classe e elevando a fama internacional de nosso futebol arte.
O time conquistou, também, a primeira Copa Viña Del Mar, no Chile, após vitória por 1 a 0 contra a Unión Española e empate sem gols contra o Everton, ambos do Chile. Depois de excursões e de encantar europeus e latinos, era hora de voltar a solo nacional.
Bi-carioca
Image
O Fluminense destruiu, literalmente, os seus adversários no campeonato estadual do Rio de 1976. O time disputou 32 jogos, venceu 23, empatou 7 e perdeu apenas 2, marcando 74 gols e sofrendo 26, reflexo do esquema altamente ofensivo formado pelo técnico Mário Travaglini, que deixava as principais estrelas livres para entupir os adversários de gols. Tanto é que o artilheiro e o vice daquele campeonato foram tricolores: Doval, com 20 gols, e Gil, com 19. O Flu aplicou 8 goleadas tendo feito 4 gols ou mais no bicampeonato carioca, com destaque para o 9 a 0 sobre o Goytacaz e o 5 a 1 sobre o Botafogo, que garantiria o Flu nas finais. A decisão, contra o Vasco, foi disputada, mas o matador Doval deixou o seu e garantiu o bi ao tricolor, com o placar de 1 a 0. O Flu era o Rei do Rio. Faltava ser rei nacional.
O drama no brasileiro
Image
Favoritíssimo ao título brasileiro, ao lado do Internacional, o Fluminense chegou novamente às semifinais do torneio naquele ano. O adversário seria o Corinthians, que atuava mais na base da raça e do coração do que pela técnica. Seria o reencontro de Rivellino com seu ex-clube. Porém, diferente do ano anterior, quando Riva brilhou naquele amistoso em que fez 3 gols, o Flu não se encontrou na partida decisiva, no Maracanã. Aquele jogo ficou marcado para história pela Invasão Corintiana, quando mais de 70 mil torcedores corintianos se deslocaram de São Paulo ao Rio de Janeiro para ver a semifinal, um dos maiores feitos da história do futebol mundial. Esse feito foi praticamente “orquestrado” pelo próprio presidente do Flu, Francisco Horta, que provocou os corintianos ao mandar 10 mil ingressos e dizer que a torcida não viria ao Rio, tamanha a confiança que ele tinha que seu time venceria. Depois, ele disse que nem se enviasse a metade dos ingressos os torcedores rivais viriam. E o feitiço virou contra o feiticeiro. Ele disponibilizou 70 mil ingressos, e a torcida corintiana foi ao Maracanã, que ficou dividido entre o tricolor e o preto e branco. A chuva, a raça e a torcida corintiana levaram a equipe a arrancar um empate heróico em 1 a 1. Nos pênaltis, o Flu deu uma aula… De como não se bater penalidades (!), e perdeu por 4 a 1 para o Corinthians. Seria o início do fim de um time que merecia sorte maior no brasileirão. Naquele ano, o campeão foi novamente o Internacional…
Adeus à Máquina
Image
Em 1977 o Fluminense conquistaria mais um título internacional, o troféu Tereza Herrera, ao vencer o Feyenoord (HOL) por 2 a 0 e golear o Dukla Praga da Tchecoslováquia (então base da seleção campeã da Eurocopa de 1976) por 4 a 1. Mas foi só. Muitos jogadores da Máquina do ano anterior saíram, e deixaram apenas Rivellino, Doval, Edinho e Rubens Galaxe para tentar comandá-la. Mas, assim, a Máquina não engrenava. E não engrenou. O fim mesmo se deu em 1978, quando Riva deixou o clube para jogar nas arábias. Era o capítulo final de um esquadrão que lotava o Maracanã e encantava não só a torcida tricolor, mas também seus rivais. Aquele Fluminense é, até hoje, o melhor que o clube teve em seus 110 anos de história. Outros times foram mais vencedores? Sim. Mas nenhum teve o brilho, o talento e a arte que a Máquina Tricolor de 1975 e 1976 teve. O futebol sente muita saudade…
Image
Os personagens:
Renato: experiente, assumiu o lugar do goleiro do Tri mundial da seleção de 70, Félix, em 76. Ficou três anos no tricolor e fechava o gol para que a Máquina pudesse trabalhar com segurança.
Félix: teve papel decisivo no Carioca de 1975, com defesas espetaculares e muita segurança. Eterno ídolo tricolor e do Brasil (foi o goleiro do trimundial, em 1970, no México), deixou o clube em 1976.
Carlos Alberto Pintinho: jogou no Flu de 1972 até 1979, onde ganhou 3 cariocas e diversos torneios amistosos. Era extremamente técnico e ajudava a zaga a bloquear as investidas dos adversários. Era um dos grandes nomes do time.
Carlos Alberto Torres: o maior lateral-direito da história do futebol, revelado pelo próprio Flu em 1963, voltou ao clube no melhor momento do time para desfilar na zaga. Foi, como sempre, fundamental e perfeito. Em algumas partidas, jogava também como volante. Tinha imenso respeito dos colegas e era idolatrado pela torcida.
Edinho: foi um dos melhores zagueiros brasileiros na década de 80, e no Flu começava a esbanjar técnica e eficiência ainda garoto. Gostava de ir ao ataque e às vezes marcava gols. Colecionou títulos na equipe nos mais de 10 anos em que jogou no clube.
Rubens Galaxe: é um dos recordistas de jogos pelo tricolor, com mais de 460 partidas disputadas. Subia bem ao ataque, mas era perfeito, mesmo, na marcação.
Rodrigues Neto: esse baixinho invocado tinha um fôlego invejável. Rodrigues Neto cobria as pontas da equipe, que ficavam escancaradas nas subidas de Paulo César e Dirceu. Suas atuações o levaram à seleção que disputou a Copa de 78.
Cléber: era o legítimo operário do time. Jogou toda a sua carreira no Flu, de 1973 até 1980. Venceu 11 títulos com o tricolor.
Marco Antônio: um dos grandes do futebol brasileiro, fez parte do grupo tricampeão mundial da seleção brasileira, em 1970. Venceu a Bola de Prata da Revista Placar em 75 e 76 e atuou de 1969 até 1976 no tricolor. Foi fundamental no carioca de 75.
Paulo César Caju: era um dos grandes craques do time, com extrema habilidade, malandragem e carisma. Ficou 3 anos no Fluminense, o suficiente para entrar para a história.
Dirceu: se movimentava demais, atacava bem, chutava bem, ajudava o meio de campo… Era o jogador moderno do time, fundamental para a Máquina tinir e acabar com os adversários.
Rivellino: viveu os anos mais maravilhosos de sua carreira pilotando a Máquina Tricolor. Era a referência máxima daquele time, sempre a bola passava por seus pés, e sempre ele construía uma jogada de efeito, sublime, que provavelmente terminaria dentro do gol. Foi o símbolo maior da geração do mais puro futebol arte do tricolor das laranjeiras. É um dos maiores ídolos da história do Fluminense.
Gil: ficou conhecido como “Búfalo Gil”, tamanha sua força e explosão em campo. Sempre se dava bem nas jogadas corpo a corpo e corria como um velocista em busca das bolas lançadas por Rivellino, o que quase sempre resultava em gol. Fez uma dupla mortal ao lado de Doval.
Doval: o argentino já tinha fama de goleador no Flamengo, e no Flu não foi diferente. Marcou uma enxurrada de gols, muitos deles decisivos, e logo entrou para a história do clube. Em 2001, dez anos após sua morte, ficou em terceiro lugar em uma pesquisa da Placar que elegeu os melhores estrangeiros da história do Campeonato Brasileiro, atrás apenas de Figueroa e Pedro Rocha. Foi uma lenda da bola.
Paulo Emílio e Mário Travaglini (Técnicos): poucos se lembram dos técnicos que assumiram o Flu em 75 e 76, tamanha a qualidade e autonomia daquele esquadrão. Mas eles existiram, sim! Paulo Emílio era o treinador da primeira Máquina, em 1975. No ano seguinte, foi a vez de Mário Travaglini levar a versatilidade dos esquemas táticos europeus para o Fluminense e melhorar ainda mais o que já era ótimo.